A vitória de Michelle Bachelet é a mais recente mudança política da América Latina, que passa por um ano de medição de forças entre socialistas e conservadores:
22 de janeiro O líder do Movimento ao Socialismo, Evo Morales, assume o poder na condição do primeiro presidente de origem indígena da Bolívia. Morales promete ser um pesadelo para os Estados Unidos.
27 de janeiro José Manuel Zelaya do Partido Liberal de centro-direita, assume a Presidência de Honduras.
Fevereiro Haitianos elegem novo presidente, provavelmente no dia 7. O ex-presidente Rene Preval lidera as pesquisas, prometendo diminuir a diferença entre ricos e pobres.
Abril O tenente-coronel Ollanta Humala, um admirador do presidente venezuelano, Hugo Chávez, deve desbancar a conservadora moderada Lourdes Flores na eleição presidencial peruana.
Maio O presidente colombiano de direita, Álvaro Uribe, apoiado pelos Estados Unidos, disputa o segundo mandato.
Outubro Se confirmar sua candidatura, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, deve enfrentar forte oposição, tanto dos conservadores como dos sociais-democratas.
Outubro O socialista Leon Roldos Aguilera tem uma ligeira vantagem nas pesquisas de opinião para substituir o presidente interino, Alfredo Palácio, no Equador.
Novembro Na Nicarágua, o líder sandinista de esquerda, Daniel Ortega, deve concorrer à Presidência pela quarta vez.
Michelle Bachelet não é a primeira mulher eleita presidente na América do Sul, como divulgaram as agências de notícias na última semana. Na Guiana, uma mulher chegou diretamente ao cargo via eleição. A América Central elegeu duas presidentes:
Pelas urnas A guianense Janet Rosemberg Jagan foi eleita para substituir o presidente Cheddi Jagan, que era seu marido e morreu em 1997. Ela renunciou dois anos depois, deixando o ministro das Finanças no cargo.
Pioneira A primeira mulher a assumir um governo latino-americano foi a argentina Isabelita Perón (19741976), após a morte de seu esposo, o presidente Juan Domingo Perón. Ela tinha sido eleita como vice e foi derrubada pelos militares. Ficou cinco anos cinco anos em prisão domiciliar.
Interina A segunda presidente latino-americana foi Lydia Gueiler, na Bolívia. Designada pelo Parlamento, ela assumiu em 1979 como presidente interina. Seu governo se viu constantemente ameaçado pelo general Luis García Meza, que liderou um golpe militar em julho de 1980.
Seis dias Um caso especial foi o da equatoriana Rosalía Arteaga, que ficou seis dias à frente do Executivo de seu país, entre 7 e 12 de fevereiro de 1997, após a queda do presidente Abdalá Bucaram. Ela tinha sido eleita, mas para vice de Bucaram. Sofreu pressão de intensas manobras políticas, que culminaram com a designação de Fabián Alarcón para o cargo.
Latinas Duas mulheres latinas chegaram ao topo da política na América Central: Violeta Chamorro, na Nicarágua (19901997); e Mireya Moscoso, no Panamá (19992004). Membros de famílias tradicionais, ambas triunfaram em eleições democráticas.