Buenos Aires (Reuters) Diplomatas de 34 países começaram ontem as deliberações da 4.ª Cúpula das Américas na cidade argentina de Mar del Plata. Fortes medidas de segurança protegerão a reunião, da qual participará o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, principal alvo dos manifestantes antiglobalização. Prédios ligados aos EUA, como embaixadas e representações comerciais, estão com vigilância extra. A chegada dos líderes é aguardada para sexta-feira. Segundo a tradição que vem marcando as grandes reuniões de chefes de Estado, haverá uma contracúpula e diversos atos de repúdio à figura de Bush, um dos quais liderado pelo ex-astro do futebol argentino, Diego Maradona, que não tem poupado elogios aos presidentes de Cuba, Fidel Castro, e Venezuela, Hugo Chávez, ambos inimigos declarados de Bush.
Os negociadores tentam dar os toques finais aos documentos que serão assinados pelos líderes junto com a declaração final da cúpula. Serão discutidas questões geopolíticas, sociais e comerciais de uma região marcada pelas desigualdades. Os presidentes vão deliberar sobre as ferramentas para melhorar as condições de emprego na região, com o projeto da Área Livre de Comércio das Américas (Alca) como pano de fundo e os atritos entre os EUA e alguns países da América do Sul. Cerco
Desde ontem, dezenas de veículos policiais e centenas de militares rondam a gigantesca área cercada onde ocorrerá a cúpula, que começa formalmente na sexta-feira. "Estamos como encarcerados", disse um morador de Mar del Plata ao canal de notícias TN.
As autoridades fizeram um levantamento sobre os cidadãos que vivem na área protegida onde se realizarão as reuniões e que fica de frente para o mar, e eles receberam credenciais para poder entrar e sair de suas próprias casas. Muitos optaram por sair de Mar del Plata e voltar depois do fim do encontro, no sábado.
As operações de segurança despertaram a atenção da população da Argentina, país onde ocorreram atentados de grande escala na década passada. Em 1992, a embaixada de Israel foi reduzida a escombros em pleno centro de Buenos Aires e, dois anos depois, ocorreu um ataque a bomba contra a organização judaica Amia. Nenhum dos crimes foi esclarecido.
Nas últimas semanas, bombas de baixa potência explodiram em sucursais de bancos e redes comerciais de origem norte-americana. A Argentina mobilizou cerca de 7 mil agentes de segurança na cidade, principal local de veraneio do país, que fica a cerca de 400 quilômetros ao sul de Buenos Aires. O espaço aéreo de Mar del Plata estará fechado a vôos não-oficiais entre quinta-feira a domingo.
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