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Em meio à pandemia

Marcha contra o racismo reúne milhares em Washington

Pessoas se reúnem em Washington para marcha contra o racismo, em 28 de agosto de 2020. (Foto: AFP)

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Milhares de pessoas se reúnem na capital dos Estados Unidos na tarde desta sexta-feira (28) em uma manifestação contra o racismo. Trata-se de uma releitura da célebre Marcha sobre Washington de 1963, quando o líder pelos direitos civis americanos Martin Luther King fez o icônico discurso "Eu tenho um sonho". Quase 60 anos depois, americanos renovam o pedido feito por Luther King neste mesmo dia: o de que negros e brancos sejam tratados de forma igual nos EUA.

Protestos contra o racismo e a violência policial contra negros se espalharam por mais de 150 cidades do país no início de junho, depois que George Floyd foi morto após um policial ajoelhar sobre seu pescoço por quase nove minutos.

Em julho, os protestos antirracismo arrefeceram, mas ganharam nova motivação nesta semana, depois de mais um caso de violência policial contra um homem negro, desta vez em Kenosha, Wisconsin, onde Jacob Blake levou sete tiros nas costas à queima-roupa. Os filhos de Blake estavam dentro do carro e assistiram ao pai ser baleado. Blake ficou paralisado da cintura para baixo, segundo a família.

Em 28 de agosto de 1963, Luther King discursou para cerca de 250 mil pessoas aos pés do memorial em homenagem a Abraham Lincoln, presidente que acabou com a escravidão no país. "Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter", disse. Os manifestantes se reúnem hoje no mesmo lugar e tentam repetir o movimento do líder pelos movimentos civis.

A expectativa inicial era de que 100 mil pessoas comparecessem, mas medidas de contenção do coronavírus impostas pela prefeita de Washington, Muriel Bowser, mudaram parte dos planos. Ônibus fretados que levariam manifestantes de outros Estados para a marcha foram cancelados, depois que Bowser impôs uma quarentena de 14 dias obrigatória para os visitantes oriundos de cidades onde há surto de coronavírus.

Os manifestantes irão caminhar até o memorial em homenagem a Martin Luther King no meio da tarde, cerca de 800 metros distante do memorial Lincoln. No local, há frases célebres do líder de movimentos civis gravadas em paredes de pedra. Uma das frases inspira o lema do movimento anti racismo dos últimos meses. "A verdadeira paz não é meramente a ausência de tensão, é a presença de justiça", disse Luther King em 1967. Em 2020, os manifestantes resumem a ideia no coro "sem justiça, sem paz" ao longo dos protestos.

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