Buenos Aires O centro da capital argentina será o cenário hoje no fim da tarde de uma marcha que promete reunir milhares de pessoas para pedir pelo reaparecimento, com vida, de Jorge Julio López, uma das principais testemunhas do julgamento do ex-torturador Miguel Etchecolatz, condenado há uma semana à prisão perpétua por crimes cometidos durante a última ditadura militar (1976-83).
Os organismos de defesa dos direitos humanos temem que López tenha sido alvo de uma "vendetta" de grupos de extrema direita, e que por isso, possa ter se transformado no primeiro ex-desaparecido que desaparece desde a volta da democracia, em 1983.
A marcha de hoje será liderada pelo Prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, as Mães e as Avós da Praça de Maio. Os manifestantes marcharão entre o Congresso e a Praça de Maio, em frente a Casa Rosada.
López desapareceu em La Plata na segunda-feira da semana passada véspera do encerramento do julgamento de Etchecolatz. Pedreiro aposentado, de 77 anos, sobrevivente dos centros de detenção da ditadura, teria saído de casa para sua caminhada matinal, enquanto sua esposa dormia. Nunca mais foi visto.
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