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A decisão do Conselho de Direitos Humanos da ONU de estender por mais dois anos o mandato da Missão Internacional Independente de Determinação dos Fatos na Venezuela foi celebrada por figuras políticas e organizações de direitos humanos nesta sexta-feira (11).
Entre os que destacaram a importância da decisão estão María Corina Machado, líder opositora, e Edmundo González Urrutia, líder político exilado. A Missão da ONU, ativa desde 2019, investiga e documenta as graves violações de direitos humanos no país, comandado pelo regime chavista desde 1999.
A prorrogação da missão foi aprovada com 26 votos a favor, seis contra e 18 abstenções, incluindo o Brasil. Países como Argélia, China, Cuba, Eritreia, Sudão e Vietnã votaram contra a extensão.
Reações políticas
María Corina Machado expressou sua satisfação com a decisão em suas redes sociais, destacando o isolamento crescente do regime venezuelano no cenário internacional.
"Importantíssima vitória no dia de hoje em Genebra!! O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução crucial para a Venezuela, na qual condena as violações de direitos humanos pelo regime e estende os mandatos da Missão de Determinação dos Fatos e do Alto Comissariado para os Direitos Humanos por mais dois anos", declarou Machado em uma publicação no X. Ela também agradeceu aos países que apoiaram a resolução que estendeu a Missão e criticou os ataques aos direitos humanos, bem como reafirmou a importância de continuar lutando pela justiça e democracia na Venezuela.
Edmundo González Urrutia, que está exilado na Espanha, também celebrou a decisão da ONU.
"O Conselho de Direitos Humanos deu um passo importante ao aprovar a prorrogação da Missão de Determinação dos Fatos na Venezuela. Esse mandato tem sido crucial para documentar as graves violações que nosso país enfrenta, e o mundo agora está ciente dessas injustiças", escreveu González no X. Ele ressaltou a importância de manter o compromisso internacional com os direitos fundamentais dos venezuelanos.
Vitória para as vítimas
A ONG PROVEA, uma das principais organizações de defesa dos direitos humanos na Venezuela, também comemorou a decisão da ONU, chamando-a de uma “vitória para as vítimas e para a verdade”. Em nota divulgada no X, a organização agradeceu o apoio de países como Chile e Argentina, que lideraram o projeto da resolução que prorrogou a Missão.
"O Conselho de Direitos Humanos mantém o mandato da Missão para continuar investigando violações graves, como execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias, tortura e outros tratamentos desumanos, incluindo violência sexual e de gênero, cometidos desde 2014", afirmou a ONG.
A prorrogação da missão ocorre em um momento crítico para a Venezuela, onde o chavismo intensificou sua repressão contra a população civil e opositores diretos após a fraude eleitoral de julho, que deu ao ditador Nicolás Maduro seu terceiro mandato à frente do país sul-americano, castigado pela grava crise em que se encontra.
A resolução aprovada pela ONU, que prorrogou a missão de investigação, expressa profunda preocupação com o agravamento das violações de direitos humanos no país. Além disso, o documento insta as autoridades venezuelanas a cooperarem com a investigação em curso.