María Corina Machado convoca eleitores para fiscalizar contagem de votos na Venezuela

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A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, convocou os eleitores venezuelanos para fiscalizar a contagem de votos. A Venezuela realizou neste domingo (28) as eleições presidenciais. Machado concedeu uma entrevista ao lado de Edmundo González, candidato da oposição.

“Todos os cidadãos têm direito de participar dessa verificação do processo eleitoral. estamos realmente muito felizes com as expectativas de bons resultados”, disse González, principal adversário do ditador, Nicolás Maduro, no pleito.

“Chegou a etapa crucial, pedimos a todos venezuelanos que permaneçam nos seus centros de votação. É um movimento cívico, fiquem em vigília. Nós lutamos todos esses anos até chegar o dia de hoje”, ressaltou Machado.

Ex-deputada, ela era o nome favorito da oposição para vencer o ditador. No entanto, foi declarada inelegível por 15 anos pelo Supremo Tribunal de Justiça.

“Essas são as horas decisivas, por isso pedimos que todos os venezuelanos permaneçam nas seções acompanhando os observadores, os fiscais, que sabem muito qual é a sua tarefa e o direito de todos”, acrescentou a ex-parlamentar.

Machado destacou que as testemunhas eleitorais têm direito a levar uma cópia da ata de votação. “O melhor modo de nos defendermos é a presença organizada e pacífica nos centros de votação. Vocês não estão sozinhos, o mundo está conosco”, reforçou.

Líder chavista convoca apoiadores para irem aos centros de votação

Em resposta à mobilização da oposição, Diosdado Cabello, dirigente considerado o número 2 do chavismo, fez um apelo para que apoiadores de Maduro se dirijam aos centros eleitorais.

O vice-presidente do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) disse que a medida é necessária para defender o voto popular, enquanto crescem as expectativas para a divulgação dos resultados pelo CNE.

“Vamos para as ruas, para os centros eleitorais, porque eles [a oposição] não entendem de razões, mas sim de mobilização popular”, afirmou Cabello.

“Vamos nos mexer. Eles não compreendem a razão do voto popular, que o povo votou por maioria, alguns resultados que o CNE vai dar não os favorecem e vão procurar gerar violência. Defenda seu voto. Dê-lhe um abraço com Bolívar, com Chávez, com Maduro e com o povo. Nós ganharemos”, acrescentou. Ao votar, Maduro disse que pretende reconhecer os resultados.

Oposição diz que foi impedida de acompanhar apuração no CNE

A aliança da oposição, Plataforma Unitária Democrática (PUD), também pediu aos eleitores que acompanhem a emissão das atas de votação para evitar fraudes. As urnas foram fechadas às 18h no horário local (19h no Brasil).

Mais cedo, a presidente do partido Encuentro Ciudadano, Delsa Solórzano, principal testemunha eleitoral da PUD, disse ter sido impedida de entrar no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para acompanhar a apuração dos votos. O CNE é controlado pelo regime chavista.