María Corina Machado, candidata da oposição à presidência da Venezuela, declarou nesta sexta-feira (27) que as primárias da oposição realizadas no último domingo (22), nas quais ela emergiu como vencedora, causaram um “abalo significativo” no regime chavista e em seus apoiadores, devido à magnitude da disputa, que contou com a participação de aproximadamente 2,5 milhões de venezuelanos, conforme informações da comissão de primárias.
Durante um encontro com jornalistas, Machado ressaltou que o impacto das primárias da oposição estendeu-se não apenas aos opositores do regime chavista, mas também aos membros do partido do ditador Nicolás Maduro.
"A magnitude desse evento abalou as pessoas dentro e fora do partido governista", afirmou Machado, rejeitando as críticas, incluindo alegações de fraude, feitas pelo chavismo desde o anúncio de sua vitória. Recentemente, por causa dessas acusações, o Ministério Público venezuelano, controlado pelo regime de Maduro, abriu uma investigação sobre supostos “crimes” que ocorreram no processo da oposição, como “usurpação de funções, identidades e lavagem de dinheiro”.
Machado enfatizou que o regime de Maduro não previu uma resposta “tão expressiva” da população e dos opositores, e destacou que as primárias, como um evento político, já ocorreram e são irreversíveis.
Em relação às críticas vindas do Parlamento Nacional, controlado pelo chavismo, dos governadores que apoiam Maduro e outras vozes, Machado classificou-as como “meras lamentações”, com a intenção de “negar ou desacreditar um processo cidadão”.
"Em última análise, este caminho levará apenas a um resultado: uma vitória nas eleições presidenciais", reiterou de forma confiante Machado, respondendo às perguntas sobre sua inabilitação política, que a impede de ocupar cargos eletivos até 2030. Segundo ela, essa questão foi resolvida pelos “dois milhões e meio de pessoas que participaram das primárias no último domingo”.
Enquanto o regime de Maduro insiste na fraude do processo e afirma que a proibição contra Machado permanece em vigor, a plataforma de oposição anunciou recentemente que os acordos assinados em Barbados neste mês incluem a qualificação de oposicionistas para as eleições no segundo semestre de 2024. (Com Agência EFE)