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Opositores da ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela comemoraram nesta segunda-feira (23) a vitória de María Corina Machado nas primárias realizadas no domingo (22) para escolher quem deve enfrentar o partido governista nas eleições presidenciais de 2024, nas quais, no entanto, a ex-deputada não poderá participar, a não ser que seja suspensa a inelegibilidade que a impede de exercer cargos eletivos.
Em comunicado, o partido Primeiro Justiça (PJ) parabenizou Machado, que obteve 93,13% dos votos, segundo o primeiro boletim oficial, com base em 26,06% dos votos apurados.
O partido, que prometeu ser um "fiel aliado na construção do caminho da unidade", reiterou o seu compromisso com o "resgate dos direitos políticos de todos os venezuelanos, especialmente com a luta pelo empoderamento", através de "mecanismos como o processo de negociação" com o governo.
"A partir de hoje, começa uma nova etapa que será marcada pela exigência constitucional e legítima dos cidadãos pelo nosso direito de eleger. A Venezuela quer e merece viver em democracia", expressou o PJ, que agradeceu aos eleitores que participaram do processo.
O pré-candidato Luis Farías descreveu os resultados como um "triunfo para a Venezuela" e reconheceu Machado como uma "mulher que conseguiu reunir o grande descontentamento que existe" no país, de acordo com um vídeo que publicou na rede social X (antigo Twitter).
"Boa sorte, minha querida amiga. Os venezuelanos querem mais do que uma simples mudança de um presidente por outro. Estamos ao teu serviço para tornar realidade esta grande aspiração do povo", comentou.
Outra candidata nas primárias, a ex-deputada Tamara Adrián reconheceu a vitória de Machado e se comprometeu a apoiá-la na "luta pela presidência e pela liberdade".
Machado garantiu nesta segunda-feira (23) que vai tirar o ditador Nicolás Maduro do poder em 2024, quando serão realizadas eleições, às quais espera concorrer, apesar de estar inelegível.
Em julho, a Controladoria-Geral da República indicou que a inelegibilidade imposta a Machado em 2015, que à época se previa que durasse um ano, será prolongada até 2030, o que significa que a ex-deputada não poderá exercer cargos eletivos se a sanção não for suspensa.
O Controlador-geral da Venezuela, Elvis Amoroso, responsável pela decisão de tornar Machado inelegível, foi escolhido em agosto como o novo presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável por realizar e fiscalizar as eleições no país. (Com agência EFE)