Protegido pelo asilo político na República Tcheca, Oleksander Tymoshenko, marido da ex-premiê da Ucrânia Yulia Tymoshenko, disse nesta terça-feira que teve que deixar seu país por causa da perseguição que sofria do presidente Viktor Yanukovich. O oposicionista, que até o momento mantinha uma presença calada e discreta ao lado da mulher, alertou que toda sua família estaria sofrendo pressões do governo ucraniano.

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"O regime da Ucrânia não se incomoda em usar métodos sujos. Eles não conseguiram vencer Yulia pela intimidação, pelo julgamento, pela tortura ou prisão. Por isso, eles recorreram a meios ainda mais baixos e começaram a perseguir a mim e a nossa família", denunciou.

Depois que o presidente Yanukovich chegou ao poder nas eleições de fevereiro de 2010, Yulia Tymoshenko começou a ser investigada por uma série de denúncias que culminaram na prisão da ex-premiê, em 2011, por supostas acusações de corrupção. Segundo o governo, Yulia teria usado sua influência política para favorecer russos em um acordo de importação de gás para a Ucrânia em 2009. Ela terá que cumprir sete anos de prisão, sentença que foi duramente criticada pelos EUA e pela União Europeia que acreditam que o julgamento tenha motivações políticas.

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Na sexta-feira, o porta-voz do Ministério do Interior da República Tcheca, Pavel Novak, confirmou que o país aceitou o pedido de asilo requisitado por Oleksander Tymoshenko. Os tchecos têm uma política de apoiar a oposição em países que têm históricos duvidosos em relação aos direitos humanos, um legado do ex-presidente Vaclav Havel.

No início de 2011, o país concedeu asilo ao ex-ministro da Economia, e aliado de Yulia, Bohdan Danylyshin. Ele também estava sendo processado por abuso de poder na Ucrânia. O apoio da República Tcheca balançou as relações com o governo de Kiev.