A Marinha do Reino Unido retomará suas patrulhas e operações de inspeção de navios no Golfo Pérsico, que foram suspensas após a detenção de 15 militares britânicos pelo Irã em março, informou hoje em ministro da Defesa, Des Browne.
Em declaração parlamentar por escrito, Browne confirmou que os navios da Royal Navy, a Marinha Real britânica, retomarão as "operações de abordagem" nas águas do Golfo Pérsico.
Essas atividades foram canceladas temporariamente depois de 15 militares britânicos serem capturados em 23 de março pela força naval iraniana, que os acusaram de invadir uma área da República Islâmica.
O Governo britânico sempre insistiu em que os soldados patrulhavam águas iraquianas, em aplicação de um mandato da ONU.
O Ministério da Defesa do Reino Unido já abriu uma investigação sobre as circunstâncias da captura, que cobrirá "todos os aspectos operacionais".
"À espera do resultado das investigações para ver que lições podemos aprender com esse fato, tomamos medidas (...) para garantir que se minimizem os riscos nas operações de abordagem", disse hoje o ministro.
Os militares, que passaram 13 dias detidos, voltaram em 5 de abril ao Reino Unido, depois de o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciar no dia anterior sua libertação como "presente de Páscoa" ao povo britânico.
Recebidos a princípio como heróis, em seguida os militares foram protagonistas de uma grande polêmica, ao receberem permissão do Ministério da Defesa para vender a história aos meios de comunicação.
A decisão causou uma enorme controvérsia e o próprio Browne se viu obrigado a admitir perante o Parlamento que cometeu um "erro" quando autorizou os soldados a negociar o relato de sua experiência.
O ministro anunciou no dia 16 uma investigação sobre a polêmica decisão que, segundo ressaltou, não significará "uma caça às bruxas".