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Há quatro dias, o aiatolá Ali Khamenei, autoridade máxima do Irã, afirmou que “os dias de Israel estão contados".
O aiatolá Ali Khamenei, autoridade máxima do Irã, tem se manifestado constantemente a favor dos ataques do Hamas contra o Estado de Israel| Foto: EFE/EPA/Iranian Supreme Leader Office

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, acusou nesta quarta-feira (25) os Estados Unidos de terem “sangue nas mãos" por sua cumplicidade nos “crimes” de Israel em Gaza.

“Os Estados Unidos são definitivamente cúmplices dos crimes do regime sionista em Gaza. Na verdade, dirigem os crimes na região”, disse Khamenei em um evento público em Teerã, segundo informou a agência de notícias estatal IRNA.

“Nestes crimes, as mãos da América têm sangue até nos braços dos oprimidos, das crianças e dos pacientes”, afirmou.

O líder religioso também mencionou o fato de líderes de países que qualificou como “cruéis e malvados”, como Reino Unido, França e Alemanha, viajarem a Israel porque acreditam que o Estado judeu irá “entrar em colapso”.

“Se a possibilidade de aniquilação não fosse uma ameaça ao regime ocupante, estes vilões não sentiriam a necessidade de expressar a sua solidariedade (com Israel)”, disse.

Khamenei também previu que os palestinos sairão “vitoriosos” do conflito atual: “O futuro pertence aos palestinos”.

O Irã tem ameaçado repetidamente a abertura de outras frentes da batalha com a expansão regional do conflito, desde o início da guerra em 7 de outubro do Hamas contra Israel.

A República Islâmica do Irã e Israel são inimigos ferrenhos, competindo pela hegemonia regional e travando uma guerra secreta com ataques cibernéticos, assassinatos e atos de sabotagem.

O país persa lidera o chamado Eixo da Resistência, uma aliança informal entre organizações milicianas como o grupo libanês Hezbollah e os palestinos Hamas e Jihad Islâmica.

Esta quarta-feira (25) marca o 19º dia de guerra entre Israel e o Hamas. Milhares de vítimas já foram mortas e outras estão desaparecidas.

Israel acusa Irã de ajuda "direta" na guerra

O Exército de Israel acusou nesta quarta-feira (25) o Irã de ter ajudado “diretamente” o Hamas a realizar o ataque de 7 de outubro, que deixou 1.400 mortos e mais de 200 sequestrados no território israelense.

“O Irã ajudou diretamente o Hamas antes do ataque com treinamento militar, fornecimento de equipamentos e armas, informações de inteligência e fundos”, disse o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, em entrevista coletiva.

Hagari destacou que a República Islâmica ainda ajuda o grupo palestino que controla a Faixa de Gaza, fornecendo-lhe informações de inteligência e realizando ataques cibernéticos em diferentes partes do mundo contra Israel.

Esta é a acusação mais concreta que Israel fez até agora contra o Irã de apoiar o Hamas. Nos últimos dias, as autoridades israelenses alegaram que Teerã estava por trás do ataque de 7 de outubro, mas não especificaram como.

Hagari disse que, quando os aliados do Irã no Iraque, Iêmen e Líbano agem, é sob ordens de Teerã e lembrou que as tropas israelenses atingiram cinco células “terroristas” libanesas nas últimas 24 horas, em referência à milícia xiita libanesa Hezbollah.

Ainda nesta quarta-feira, líderes dos grupos islâmicos palestinos Hamas e Jihad Islâmica reuniram-se em Beirute com o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, cujo grupo é apoiado pelo Irã.

O Hezbollah explicou em comunicado que nessa reunião “foi decidido continuar com a coordenação e monitoração dos acontecimentos de forma diária e permanente” e também falaram sobre o que “as partes do Eixo da Resistência devem fazer nesta fase delicada para alcançar uma verdadeira vitória para a Resistência em Gaza e na Palestina."

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