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Fotografia mostra vítimas do Massacre de Tlatelolco, em 3 de outubro de 1968 | El Universal / Reuters
Fotografia mostra vítimas do Massacre de Tlatelolco, em 3 de outubro de 1968| Foto: El Universal / Reuters

O México recorda nesta quinta-feira (2) os 40 anos do Massacre de Tlatelolco, ocorrido dias antes do início dos Jogos Olímpicos de 1968. Até o momento ninguém foi condenado pelo crime, apesar de as recentes tentativas oficiais de buscar os responsáveis pela repressão, orquestrada de dentro do governo.

As atividades para marcar a data começaram nesta quinta-feira (2) com a bandeira a meio pau no Congresso e na Universidade Nacional do México, além de uma cerimônia na Praça das Três Culturas. Nessa mesma praça ocorreu a tragédia.

O único sobrevivente dos altos funcionários do governo na época, o então secretário-executivo do governo Luis Echeverría, cumpre prisão domiciliar. Um tribunal revisou uma decisão judicial de 2007 que o havia inocentado do crime de genocídio, pelo qual era acusado por autoridades.

Dois anos depois do massacre, Echeverría se tornou presidente mexicano. Ele afirma ser inocente no caso. Sobreviventes da repressão apontaram Echeverría como um dos responsáveis pelo massacre.

Pouco mais de dois meses após o início de um movimento estudantil unido contra a repressão do governo, um encontro realizado na tarde de 2 de outubro de 1968 terminou na tragédia, quando dezenas de estudantes e civis morreram por causa dos tiros do Exército e da polícia, alguns deles vestidos à paisana.

As cifras oficiais e extra-oficiais oscilam entre 25 e 350. O magistrado que exonerou Echeverría no ano passado disse que nas provas viu entre 38 e 40 mortos.

"Em boa medida hoje vivemos em uma democracia por aqueles jovens de 1968, prestamos um agradecimento e não apenas a memória", disse o prefeito da capital, Marcelo Ebrard.

O Anistia Internacional exigiu na quarta-feira que o governo do presidente Felipe Calderón "estabeleça de uma vez por todas a verdade sobre o massacre perpetrado na Praça das Três Culturas".

Com o fim dos 71 anos do Partido Revolucionário Institucional (PRI) no poder, em 2000, o novo governo do então presidente Vicente Fox anunciou a criação de uma promotoria especial para investigar crimes do passado, entre eles o Massacre de Tlatelolco.

A promotoria, extinta em 2006, começou a documentar muitos fatos apontados desde 1968 pelos ativistas: que o massacre foi planejado pelo governo do então presidente Gustavo Díaz Ordaz e que dispararam contra a multidão tanto soldados quanto policiais, muitos deles à paisana. As informações são da Associated Press.

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