A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, sucumbiu à pressão da ala favorável ao Brexit dentro de seu Partido Conservador e aceitou modificar o projeto que vai definir as regras alfandegárias do país após sua saída da União Europeia.
Com apoio do governo, a medida foi aprovada nesta segunda-feira (16) no Parlamento britânico com 305 votos favoráveis e 302 contrários -a casa tem 650 cadeiras.
A imprensa britânica disse que o deputado conservador Guto Bebb, contrário às mudanças, pediu demissão de seu cargo como vice-secretário da Defesa após a votação.
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A chefe de governo passa por um momento de instabilidade após a saída de dois de seus principais secretários: David Davis, que cuidava do 'brexit', e Boris Johnson, ex-chanceler. Eles renunciaram depois que May disse ter chegado a um entendimento com Bruxelas para a criação de uma área de livre-comércio com a União Europeia.
Pelo projeto, Londres se comprometeria a manter regras da UE para bens e produtos agrícolas. Parlamentares a favor de um rompimento mais radical com o bloco argumentam que a proposta prende o Reino Unido ao resto do continente e dificulta acordos com o resto do mundo.
Por isso, um grupo de deputados eurocéticos liderados por Jacob Rees-Mogg decidiu confrontar May e apresentou quatro emendas ao texto da primeira-ministra, mas horas antes da votação no Parlamento, o governo anunciou que apoiaria a proposta.
O que diz o novo texto
As emendas estabelecem, entre outros pontos, que o governo britânico não poderá coletar taxas e tarifas para a UE a não ser que o bloco concorde em fazer o mesmo para o Reino Unido.
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O grupo favorável ao Brexit acredita que essa mudança não será aceita por Bruxelas, o que impediria que o acordo comercial entre os dois lados fosse fechado. O governo, porém, disse que as emendas não alteram fundamentalmente a proposta original e que aceitá-las garante sua aprovação no Parlamento.
Apesar da defesa feita pelo governo, a decisão de aceitar as emendas sem contestá-las foi criticada pela oposição e até mesmo por membros do Partido Conservador.
O deputado trabalhista Stephen Kinnock chegou a afirmar que com as mudanças no texto o plano original de May para o Brexit estava morto -o que ela negou.
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