O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, John McCain, ex-prisioneiro de guerra no Vietnã, fez neste domingo (31) duras críticas ao uso da tortura contra suspeitos de terrorismo durante o governo de George W. Bush.
Em uma entrevista à Fox News, o senador pelo Arizona pontuou suas diferenças em relação a Bush em várias questões, citando a tortura como um dos pontos principais que o afastam do atual presidente.
"Eu obviamente não quero torturar nenhum prisioneiro. Há uma longa lista de áreas nas quais discordamos", disse McCain sobre Bush.
O entrevistador da Fox, Chris Wallace, perguntou a McCain se ele estava sugerindo que Bush queria torturar prisioneiros.
"Bem, o afogamento para mim é tortura, ok?", respondeu McCain. "E o afogamento foi defendido pela administração e, de acordo com relatórios, foi usado".
Bush disse que os Estados unidos não praticam tortura. Mas a CIA (Agência Central de Inteligência) admitiu simular o afogamento e um recente inquérito do Departamento de Justiça citou casos de interrupção de sono, "acorrentamento curto" e outras técnicas físicas contra suspeitos de terrorismo capturados depois dos ataques de 11 de setembro.
McCain foi torturado nos mais de cinco anos em que ficou em um campo de prisioneiros no Vietnã.
Apesar de defender veementemente a guerra no Iraque e a política de Bush que aumentou o número de tropas no país, McCain critica as técnicas duras de interrogatório contra os suspeitos de terrorismo, incluindo os mantidos pelos Estados Unidos na baía de Guantanamo, em Cuba.
McCain também bateu de frente com Bush em outras questões, como a mudança climática e os altos gastos federais.
"A primeira coisa que faríamos seria conter os gastos", disse McCain.
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