Washington - O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, John McCain, pediu a instalação de uma comissão de alto nível para enfrentar a crise econômica norte-americana. McCain busca rebater as acusações do rival, o democrata Barack Obama, de que ele não conseguiria lidar com uma das mais sérias crises financeiras nos Estados Unidos desde a Grande Depressão, na década de 1930.
Apesar das guerras no Iraque e Afeganistão, os eleitores têm se mostrado bem mais preocupados com a economia, mesmo antes do colapso de dois grandes bancos de investimento e da queda das bolsas desde segunda-feira. A importância dada ao tema não é tão grande desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
Os dois candidatos tentam se posicionar frente ao problema, buscando transformar a crise em votos. McCain prometeu acabar com a "ganância e corrupção" em Wall Street, enquanto Obama declarou que o rival seria apenas uma continuação das políticas econômicas do presidente George W. Bush, responsáveis pela crise, na visão dos democratas.
McCain lançou a proposta de uma comissão para avaliar o tema, similar à formada após o 11 de Setembro. Ao fazer isso, recuou de seu comentário da segunda-feira, segundo o qual "os fundamentos da economia estão fortes". McCain definiu esses fundamentos como os trabalhadores norte-americanos, que não estariam sofrendo as turbulências de Wall Street.
Já o candidato à vice-presidência pelo Partido Democrata, Joe Biden, afirmou que as políticas da dupla Bush-McCain prejudicaram os trabalhadores. Obama atacou: "Como McCain pode consertar nossa economia, se ele não entende que ela está quebrada?", questionou, em anúncio de televisão.
Obama fez campanha ontem no Colorado, onde deveria atacar novamente o comentário do rival sobre os "fundamentos". Para o senador por Illinois, tal frase demonstra que o republicano não está bem informado sobre os problemas da classe média.
Sua candidatura recebeu apoio de vários grupos feministas e que lutam em defesa dos direitos das mulheres. Entre esses grupos, está a National Organization of Women (Now), que apoiou a senadora Hillary Clinton, rival de Obama nas primárias. O grupo ressaltou que não apóia uma candidatura presidencial desde 1984, quando manifestou-se a favor da chapa democrata, formada por Walter Mondale e por sua vice Geraldine Ferraro, primeira mulher a ser candidata a vice-presidente nos EUA. A chapa democrata de 1984 perdeu para Ronald Reagan.
Palin
A campanha republicana enviou e-mails defendendo a candidata a vice de McCain, Sarah Palin, criticada por ter demitido um funcionário que supostamente não quis demitir seu ex-genro. Segundo a campanha, a demissão ocorreu por divergências sobre orçamento.