Nova Iorque - Na véspera do debate entre os candidatos à Vice-Presidência dos EUA, ontem, o republicano John McCain saiu em defesa de sua colega de chapa, Sarah Palin, criticada pela mídia e por ambos os lados do espectro político inclusive em seu partido pela falta de conhecimento em política externa e economia.
Indagado em encontro com editorialistas do Des Moines Register, de Iowa, sobre por que escolheu para vice "alguém que não tem muita experiência, ele afirmou secamente, e, na descrição da agência Associated Press, com certa irritação: "Discordo e eu estou muito feliz de ver que o povo americano parece estar do meu lado".
Quando foi sugerido que o histórico de Palin, que antes de governar o Alasca foi prefeita de uma cidade de 7.000 habitantes, preocupa eleitores, McCain foi sarcástico. "Verdade? Não detectei isso nas pesquisas, não detectei isso entre a base (republicana)", disse. "Se há uma pessoa em uma festinha em Georgetown que, aspas, se diz um conservador e não gosta dela, azar. Não o desconsidero. O povo mostrou fortemente sua aprovação."
Queda
A tensão de McCain chega em momento de queda na preferência do eleitorado. Desde o último dia 17, quando ele e o democrata Barack Obama estavam empatados nas pesquisas, o republicano caiu e está 4,9 pontos atrás (43,9% a 48,8%), segundo o Real Clear Politics.
A aprovação a Palin também caiu. Segundo pesquisa da Associated Press com o Gfk divulgada ontem, a porcentagem de entrevistados inclusive republicanos que a consideram preparada para ser presidente caiu de 41% após a convenção republicana para 25% agora.
Ainda assim, McCain afirmou ontem estar "orgulhoso" de Palin. E disse que costuma consultá-la em decisões de política exterior, área considerada ponto fraco da governadora.
Para Palin, a popularidade em queda e uma série de deslizes em entrevistas elevaram os riscos no debate de hoje, em que enfrenta o democrata Joe Biden na Washington University em St. Louis. Se for mal, ela poderá prejudicar seu partido.
Historicamente, candidatos a vices e seus debates tiveram importância limitada nos EUA. Mas analistas consultados pela reportagem afirmam que 2008 poderá abrir um precedente.
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