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África

Mediadores africanos tentam levar paz ao Sudão do Sul

Mediadores africanos disseram que obtiveram um diálogo produtivo nesta sexta-feira (20) com o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, na tentativa de evitar que um conflito que já dura uma semana leve o mais jovem país africano a uma guerra civil entre diferentes etnias.

Na quinta-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que integrantes do grupo nuer invadiram uma base da organização ao norte da capital e que, segundo os relatos obtidos, habitantes locais que se refugiavam lá foram mortos. Também foi dito que dois integrantes indianos da missão de paz morreram.

Kiir, integrante do grupo étnico dinka, tem acusado Riek Machar, o seu ex-vice-presidente, um nuer que foi demitido em julho, de tentar tomar o poder pela força.

Os combates, que começaram no domingo na capital Juba, se espalharam, alimentado pelo caráter étnico da disputa. Kiir tem dito estar pronto para o diálogo. Machar disse a uma rádio francesa que ele estava pronto para "negociar a saída dele (Kiir) do poder" e afirmou que o Exército poderia derrubar o presidente se ele não renunciasse.

"Tivemos uma reunião muito produtiva com o presidente Salva Kiir e vamos continuar as consultas", declarou à imprensa o ministro de Relações Exterior da Etiópia, Tedros Adhanom, que lidera a delegação de mediadores africanos.

A delegação inclui ministros do Quênia, Uganda, Djibuti e representantes da União Africana e das Nações Unidas. É a primeira iniciativa pela paz desde que o conflito começou. O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta sexta-feira para discutir o Sudão do Sul.

"O presidente Kiir tem dito sempre que não quer que o seu povo entre de novo em guerra", disse Barnaba Marial Benjamin, ministro do Exterior, à Reuters. "Essa é a razão de o governo estar negociando com um várias milícias."

O conflito preocupa os países vizinhos, que temem uma nova instabilidade na volátil região do continente. O conflito ameaça o lento processo de criar um Estado funcional no Sudão do Sul, que declarou a sua independência do Sudão em 2011, depois de décadas de guerra.

Os combates no Sudão do Sul se espalharam para áreas produtoras de petróleo. Autoridades do país disseram que até agora a produção de petróleo, responsável por boa parte dos dividendos do país, não foi afetada.

No entanto, 200 trabalhadores do setor buscaram refúgio na base da ONU na quinta-feira. A empresa petrolífera chinesa que é uma das principais operadoras no país estava tirando 32 funcionários de um campo em Juba, segundo a agência de notícias estatal da China.

A ONU disse na terça-feira que até 500 pessoas haviam morrido até então nos combates. A organização afirmou que cerca de 34 mil pessoas haviam fugido para bases da missão de paz desde que o conflito iniciou.

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