Vítimas da crise: refugiados, entre eles muitas crianças, têm futuro incerto com o crescente medo dos europeus em relação aos migrantes| Foto: KHALIL MAZRAAWI/AFP

Um papel na porta de vidro que leva a seu consultório deixa clara a posição do Dr. Thomas Unden, médico do distrito de Florisdorf, em Viena, em relação a seus pacientes: “Refugiados não são aceitos”.

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“Mantenho minha posição. E o mesmo se aplica a políticos verdes (do partido Alternativa Verde), vermelhos (social-democratas) ou negros (do Partido Popular Austríaco)”, diz.

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Unden agora é alvo de uma investigação da Associação Médica da capital austríaca, após reclamações de clientes. “Isso é absolutamente inaceitável e imoral”, afirmou o presidente da associação, Thomas Szekeres, que registrou queixa.

Unden diz ser “um dos últimos parentes de Hitler”, e foi multado em R$ 6.500 anos atrás por dizer que as austríacas eram “uma combinação de seios murchos e varizes”.

Pesquisa mostra medo de alemães

Quase metade dos alemães afirma ter medo dos migrantes após as agressões registradas na noite de ano-novo, segundo uma pesquisa publicada nesta sexta-feira (15) que confirma o aumento do ceticismo da população ante a política de portas abertas da chanceler Angela Merkel.

De acordo com a pesquisa DeutschlandTrend do canal público ARD, 51% dos alemães não acreditam no lema da chanceler, “vamos conseguir”, em relação à recepção dos solicitantes de asilo. O resultado representa uma alta de três pontos em três meses. Em outubro o índice era de 48%.

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Além disso, 48% das pessoas entrevistadas admitiram ter medo dos refugiados, enquanto 50% afirmam o contrário.

Várias agressões cometidas na noite de 31 de dezembro e atribuídas a migrantes do norte da África deixaram o país em estado de choque.

A violência em grupo contra mulheres provocou a indignação da população, que em sua maioria havia recebido com generosidade os refugiados. Muitos alemães trabalham como voluntários nos abrigos para migrantes.