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Astronauta brasileiro

Médico de Pontes critica Agência Espacial Brasileira

O tenente-coronel Luiz Claudio Lutiis, médico que acompanha Marcos César Pontes, acusou nesta quarta-feira a Agência Espacial Brasileira (AEB) de não ter ajudado o astronauta e, ainda, de o ter atrapalhado em sua meta de se tornar o primeiro brasileiro a ir ao espaço. Lutiis disse que Pontes não teve praticamente nenhum apoio das autoridades e que se hoje ele embarca rumo à Estação Espacial Internacional é por persistência e mérito próprios.

- A agência não ajudou no que deveria e atrapalhou no que podia - disse Lutiis.

O médico, que conhece Pontes desde 1988, quando ambos trabalhavam no Centro Técnico da Aeronáutica, ressaltou que suas críticas não se estendem ao corpo técnico e científico da AEB, mas sobretudo às duas últimas diretorias da agência.

- Direções da AEB, de um modo geral, não estavam nem um pouquinho preocupadas com a possibilidade de ter um astronauta e atrapalharam no que puderam - afirmou.

O médico sustentou ainda que se Pontes partiu ontem para o espaço foi por mérito e perseverança próprios.

- Se tiver algo próximo de 100%, é isso. Ele empenhou a vida nisso. Se tivesse deixado as autoridades tomarem conta, estava esperando até hoje. Talvez nem treinamento tivesse feito.

Lutiis afirmou que sem a ajuda da Nasa estaria isolado na Base de Baikonur, no Cazaquistão. Segundo ele, a AEB não deu qualquer apoio técnico ao grupo que acompanha Pontes.

- A mesma dificuldade que eles estão tendo de comunicação também estamos enfrentando. O apoio que estamos tendo é da Nasa. Não fosse isso estaríamos isolados do mundo. Só estamos conseguindo manter um contato decente via internet graças à colaboração da Nasa. Não é culpa dos russos, não. É que nada foi solicitado a eles e de última hora não vão fazer mesmo. Apoio é uma palavra que a AEB desconhece - afirmou.

Segundo ele, não houve interesse da agência de solicitar apoio aos russos.

- De última hora eles não vão fazer mesmo, eles não fazem. Tem muita burocracia, os russos querem com antecedência listas de nomes e passaportes para liberar qualquer coisa.

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