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Civis fogem da linha de fogo após atravessarem uma lagoa que separa as forças do governo e dos rebeldes, na região norte do país: sem ajuda humanitária | Governo do Sri Lanka/Reuters
Civis fogem da linha de fogo após atravessarem uma lagoa que separa as forças do governo e dos rebeldes, na região norte do país: sem ajuda humanitária| Foto: Governo do Sri Lanka/Reuters
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Colombo - Médicos e outros agentes de saúde abandonaram ontem o único hospital na zona de guerra do Sri Lanka em meio a uma série de ataques contra o local, afirmou um funcionário nesta quinta-feira. Os militares disseram que milhares de civis enfrentaram disparos dos rebeldes para fugir da área.

A equipe médica estava escondida em um bunker próximo, por causa dos disparos ininterruptos. Eles podiam ouvir o choro de centenas de pacientes que, sem condições de deixar o hospital, imploravam por comida e água, de acordo com um funcionário do setor de saúde.

A Cruz Vermelha sustenta que uma estreita faixa de terra costeira ainda controlada pelos rebeldes do Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelam (LTTE) é o palco de violência.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a Organização das Nações Unidas (ONU) pediram aos dois lados que encerrem uma guerra civil de mais de 25 anos, que deixa aproximadamente 50 mil civis presos.

Ontem, a ONU informou que um alto funcionário da entidade está a caminho do Sri Lanka. A intenção das Nações Unidas é pressionar pelo fim do sangrento confronto, que leva o país a uma crise humanitária.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, decidiu enviar seu chefe-de-gabinete, Vijay Nambiar, ao Sri Lanka, segundo uma porta-voz da entidade. O funcionário enviará o pedido da ONU pelo fim do conflito, sem mais vítimas.

O número de feridos não para de crescer. Os ataques ao precário centro médico nesta semana mataram aproximadamente cem pessoas, segundo um funcionário que falou sob condição de anonimato.

Mortes

Na semana passada, morreram mais de mil pessoas na estreita zona de guerra. Aproximadamente 400 feridos permaneciam no hospital ontem, necessitando de ajuda, ao lado de mais de cem cadáveres que ainda precisam ser enterrados. Muitos outros civis feridos fugiram, após o segundo ataque aéreo ao hospital, na quarta-feira.

Os militares prosseguem com a ofensiva, enquanto aproximadamente 2.400 civis fogem através de uma lagoa que serve de barreira entre as forças do governo e os rebeldes. A maioria dos civis escapou, mas quatro morreram e 14 se feriram, segundo um porta-voz militar. Outros 2 mil civis ainda esperam para cruzar a área, segundo o porta-voz.

O LTTE nega as acusações de que impeça a saída dos civis, usando-os como escudos humanos, e atire nos que tentam fugir. O governo encurralou o grupo, que desde 1983 luta por um território independente para a minoria tâmil, marginalizada pela maioria cingalesa no país.

Cessar-fogo

O governo rejeitou ontem o pedido internacional por um cessar-fogo, horas depois do Conselho de Segurança daOrganização das Nações Unidas (ONU) ter defendido a proteção das vidas dos civis. "Não vamos nos submeter à pressão internacional para deter a ofensiva", afirmou o ministro da Comunicação, Lakshman Yapa Abeywardena.

Essa foi a primeira vez que o Conselho de Segurança adotou uma posição formal sobre o conflito desde o agravamento da crise na região nordeste do Sri Lanka em abril.

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