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Eluana, em foto sem data: estado vegetativo há 17 anos | Reuters
Eluana, em foto sem data: estado vegetativo há 17 anos| Foto: Reuters

A equipe médica voluntária que vai acompanhar a morte de Eluana Englaro, a italiana em estado vegetativo há 17 anos e que ganhou na Justiça o direito de morrer, começou nesta sexta-feira (6) a reduzir a alimentação e a hidratação artificial da paciente.

A confirmação é de Franca Alessio, a tutora legal de Eluana, de 37 anos.

Eluana está internada desde 2 de fevereiro na clínica La Quiete de Udine, no nordeste da Itália, sob os cuidados de uma equipe de voluntários dispostos a suspender progressivamente a alimentação - embora sem retirar a sonda nasogástrica - até sua morte, como autorizou a Justiça italiana após dez anos de batalha judicial.

A equipe médica previu um estrito protocolo que começa com a redução de 50% dos elementos nutrientes que eram fornecidos até agora para mantê-la com vida, segundo o neurologista Carlo Alberto De Fanti.

A família de Eluana ganhou o direito de deixá-la morrer depois de 17 anos de estado vegetativo. Ela está em coma desde que sofreu um acidente de carro em 1992.

Segundo os especialistas, Eluana deve demorar pelo menos duas semanas para morrer.

O caso Eluana provocou polêmica e debate na Itália. O premiê Silvio Berlusconi disse que está estudando aprovar um decreto urgente para barrar a sentença. Silêncio e respeito

O pai de Eluana pediu silêncio e respeito nos últimos dias da filha.

Em declarações publicadas na quarta-feira pelo jornal "La Repubblica", Giuseppe Englaro pediu que "se coloque uma cortina" ao redor da cama da filha.

Giuseppe Englaro disse que não voltará a falar até que "termine tudo".

A família Englaro pediu na terça-feira, por intermédio de seu advogado, Vittorio Angiolini, que "o episódio final desta tragédia seja concluído com silêncio" e anunciou que não serão emitidos boletins médicos sobre o estado de Eluana.

A decisão de permitir o fim da vida de Eluana gerou um imenso debate na Itália, com o Vaticano apoiando os adversários do "direito de morrer".

Em 21 de janeiro, um tribunal de Milão derrubou uma decisão de autoridades regionais que impedia os hospitais da região de cooperar com o fim da vida de Eluana. Isso encerrou a batalha judicial de dez anos travada pelo pai de Eluana, Beppino.

No domingo, o Papa Bento XVI rejeitou a eutanásia como uma "falsa resposta" ao sofrimento, dizendo que aqueles que estão com dor deveriam ter ajuda para enfrentá-la. O pontífice apoiou a campanha da Igreja Católica contra a eutanásia de Eluana.

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