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O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel
O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel| Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez

A situação dos médicos cubanos que atuam no exterior por meio do programa de colaboração desenvolvido pelo regime comunista da ilha tem sido frequentemente alvo de intensas críticas e preocupações.

Em março deste ano, durante uma audiência virtual da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), a vice-presidente do Parlamento Europeu, Dita Charánzova, denunciou o que chamou de “trabalho forçado e perseguição” imposto pelo regime comunista de Cuba, liderado por Miguel Díaz-Canel, contra os profissionais de medicina do país que são enviados para atuar no exterior.

Segundo Charánzova, informações enviadas ao Parlamento Europeu dão conta de que as leis de Cuba têm amparado práticas como a retenção de passaportes, confisco de salários, assédio sexual, separação forçada de famílias e perseguição contra os médicos cubanos que atuam fora do país e tentam deixar o programa do regime comunista.

Conforme disse na mesma audiência Javier Larrondo, presidente da ONG Prisoners Defenders, que cataloga práticas abusivas e prisões arbitrárias na ilha comunista, atualmente cerca de 5 mil crianças cubanas são separadas anualmente de seus pais, médicos enviados por Cuba para trabalhar em países que concordam com o programa de colaboração.

Larrondo reforçou a denúncia de que estes profissionais são proibidos de abandonar o programa unilateralmente, sem a permissão de Havana. Aqueles que desistem por vontade própria são rotulados como “desertores” e chegam a enfrentar a proibição de retornar para Cuba, onde estão seus familiares, e de continuar exercendo a medicina.

Dados oficiais apontam que mais de 23 mil médicos cubanos estão atualmente trabalhando em 56 diferentes países. O regime comunista cubano defende a legitimidade de seu programa de colaboração médica, alegando que as críticas contra ele tem “motivações políticas”.

A ONG Prisoners Defenders acusou em 2022 o governo da região da Calábria, na Itália, que ainda está recebendo os médicos enviados por Cuba, de “práticas de tráfico de pessoas” e “escravidão”. A organização alegou que os médicos cubanos que atuam nessa região vivem sob forte repressão do regime comunista e são obrigados a entregar 75% de sua remuneração para a ditadura castrista, o que acaba fazendo com que eles fiquem com uma remuneração real inferior ao salário médio italiano.

Na ilha, censura e perseguição contra jornalistas independentes

Enquanto isso, em Cuba, a repressão contra ativistas e jornalistas independentes tem sido intensa, especialmente na província de Pinar del Río. A organização Cubalex, que registra casos de repressão perpetrados pelo regime comunista, relatou neste ano uma série de ataques da ditadura castrista contra essas pessoas, que surgem de operações policiais, buscas em residências, confisco de materiais de trabalho, detenções arbitrárias, ameaças e mandados de condução coercitivas.

Alguns ativistas, identificados como Yoelexis Acosta Alonso e Roberto Blanco Gil, foram alvos dessas ações repressivas. Segundo informações do portal independente Cubanet, Gil teve seus pertences, incluindo um laptop e até alimentos, confiscados sob alegações infundadas do regime de Díaz-Canel. Jornalistas independentes, identificados como Yosmaury Casares Soto e Raciel Álvarez Díaz, também enfrentaram detenções e confisco de equipamentos, bem como ameaças por parte de agentes da segurança do regime comunista.

Tais ações refletem a difícil situação da imprensa independente em Cuba, que sofre com a censura e a perseguição política. Na ilha, a liberdade de expressão e imprensa tem sido severamente limitada. Cuba ocupa neste momento o último lugar do ranking continental sobre liberdade de imprensa, de acordo com o relatório de 2024 da Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

“As prisões, detenções arbitrárias, ameaças de encarceramento, perseguição e assédio, buscas ilegais em domicílios e a confiscação e destruição de material fazem parte do dia a dia dos jornalistas contrários à linha oficial castrista. As autoridades também controlam a cobertura midiática dos meios estrangeiros, concedendo credenciais de forma seletiva e expulsando aqueles considerados ‘demasiado negativos’ em relação ao regime”, afirma a RSF sobre o país.

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