O Colégio de Médicos da Turquia acredita que o número de mortos devido aos fortes terremotos do último dia 6 pode chegar a 60.000, 50% a mais do que o número oficial até agora, embora tenha ressaltado que divulgará dados mais realistas no início de março, com base no total de enterros.
"Temos dúvidas sobre os números. Enquanto foram registradas 6.000 mortes em Kahramanmaras (o epicentro do maior terremoto), houve registros de sepultamentos de 11.000 pessoas", disse à EFE Vedat Bulut, secretário-geral do Colégio de Médicos.
Bulut opinou que isso pode ter acontecido devido ao fato de que ainda não foram relatados todos os números ou que há falecidos que foram enterrados em regiões diferentes de onde morreram.
Ao todo, estimou que cerca de 60.000 pessoas morreram nos terremotos, acima dos 41.000 contabilizados até agora.
Bulut anunciou que no próximo dia 4 de março será apresentado um relatório que usará os números de sepultamentos fornecidos pelos municípios para estabelecer uma cifra mais realista.
Embora os esforços de resgate estejam chegando ao fim, 15 dias após os terremotos de 7,8 e 7,6 graus de magnitude, também se teme que ainda existam milhares de corpos sob os escombros.
Ali Seker, deputado do partido social-democrata CHP, principal legenda da oposição, disse à EFE que mesmo com os dados dos enterros será difícil estabelecer o número real de mortos.
"Conheço a situação. As pessoas recolheram os corpos de seus familiares e os levaram para as cidades onde foram enterrados sem nenhum registro oficial. Sei que o número de mortos é muito superior aos 41 mil indicados oficialmente", declarou Seker à EFE por telefone.
Bulut lembrou que o Colégio de Médicos chegou a estimar que o número de mortes por covid-19 na Turquia é de 275 mil, ao contrário das 101 mil indicadas pelos dados oficiais.
Na ocasião, os médicos também recorreram ao cruzamento dos números oficiais de falecidos com os dados de sepultamento fornecidos pelos municípios.
Ontem à noite houve dois novos terremotos, de 6,4 e 5,8 graus, na província de Hatay, que provocaram novos desabamentos de edifícios e a morte de seis pessoas, segundo diversos meios de comunicação locais, além de quase 300 feridos, segundo dados do governo.
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