Distanciamento social, quarentenas, isolamento e outras medidas de contenção da propagação do novo coronavírus podem ter salvado milhares de vidas na Europa, concluiu um estudo da Imperial College de Londres, em parceria com a Organização Mundial da Saúde, publicado nesta segunda-feira (30).
Usando dados sobre as mortes por Covid-19 de 11 países europeus, um grupo de pesquisadores estimou que 59 mil mortes podem ter sido evitadas até 31 de março devido a essas medidas. Eles também conseguiram determinar que as intervenções impostas reduziram a taxa propagação do coronavírus em 64%, em média.
“Embora não possamos determinar qual conjunto de intervenções teve mais sucesso, tomadas em conjunto, já podemos ver mudanças nas tendências de novas mortes”, escreveu o grupo de estudiosos, que inclui o renomado médico britânico Neil Ferguson, um dos cientistas que está orientando a resposta do governo do Reino Unido contra a Covid-19.
O modelo de projeção usa mortes relatadas por Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Noruega, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido para rastrear a propagação do vírus, em vez das taxas de infecção, já que muitos países ainda não têm capacidade para realizar testes generalizados.
Os pesquisadores observaram que as ações tiveram um impacto substancial na redução da transmissão em países onde a epidemia está mais avançada. Na Itália e na Espanha, por exemplo, a estimativa aponta que 38 mil e 16 mil vidas, respectivamente, podem ter sido salvas até 31 de março.
Porém, eles afirmam que é muito cedo para ter certeza de que reduções semelhantes serão observadas nos países nos estágios iniciais de sua epidemia, como no Reino Unido, que até agora pode ter evitado 370 mortes, e na Alemanha, onde a projeção indica 550 vidas salvas. Isso ocorre porque, dado o tempo de atraso entre infecção e mortalidade, pode levar várias semanas para que todos os efeitos das intervenções sejam sentidos. Mas, eles acrescentam que, “se as tendências atuais continuarem, há motivos para otimismo”.
Imunidade
Por outro lado, o estudo mostra que o continente europeu ainda está longe de desenvolver a "imunidade de rebanho", na qual a grande maioria das pessoas foi contaminada, se recuperou e se tornou imune ao coronavírus.
Os pesquisadores estimam que, no máximo, 43 milhões de pessoas estavam infectadas com o vírus até 28 de março. Isso significa que a estimativa mais alta para proporção de uma população infectada nesses países é de apenas 11,4%.
"Isso implica que o vírus poderá se espalhar rapidamente, caso as intervenções sejam levantadas", alertaram os pesquisadores.
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