O presidente russo, Dmitry Medvedev, disse nesta sexta-feira que os líderes sírios devem renunciar caso não possam aprovar reformas, mas advertiu o Ocidente a não tentar destituir o presidente Bashar al-Assad do poder.
Os comentários de Medvedev parecem destinados a pressionar Assad a assumir um compromisso e restaurar a imagem da Rússia, depois que o país vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que condenaria a brutal repressão síria contra manifestantes pró-democracia.
Ele também deixou claro que a Rússia se opõe à mudanças na Síria nos termos estabelecidos pelo Ocidente.
"Estamos usando nossos canais e estamos trabalhando ativamente com a liderança síria, estamos exigindo que a liderança síria implemente as reformas necessárias", disse Medvedev ao seu Conselho de Segurança presidencial, segundo a agência estatal de notícias RIA.
"Se a liderança síria for incapaz de conduzir essas reformas, ela terá que sair, mas essa decisão não deve ser tomada pela Otan ou certos países europeus, deve ser tomada pelo povo sírio e a liderança da Síria", disse.
A Rússia tem repetidamente instado o governo da Síria para implementar prometidas reformas, mas difere totalmente das nações ocidentais ao dizer que Assad precisa de mais tempo para fazê-lo, e afirma que os adversários do presidente sírio também são responsáveis pelos meses de derramamento de sangue.
As declarações foram os alertas mais fortes de Medvedev a Assad, cujo país tem laços estreitos com Moscou, um dos seus principais fornecedores de armas, e abriga uma instalação de manutenção naval russa.