Nova Iorque As mudanças climáticas e as crises regionais vão ocupar o primeiro plano do cenário diplomático mundial na Assembléia-Geral da ONU, que começa ontem, em Nova Iorque. Antes da abertura dos debates gerais na próxima terça-feira, os chefes de Estado estão convidados a participar em uma série de reuniões multilaterais sobre os temas mais controversos, do Oriente Médio às mudanças climáticas o tema oficial do encontro , passando pelo Afeganistão e Iraque.
"Acredito que será o período mais intenso da diplomacia multilateral em toda a história das Nações Unidas", afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. A primeira dessas reuniões especiais, ontem, abordou a crise de Darfur e os meios para pôr um fim no conflito que preocupa a comunidade internacional há quatro anos e meio.
Hoje haverá uma reunião do Contrato Internacional de Objetivos para o Iraque (ICI), com o primeiro-ministro iraquiano Nuri Al-Maliki, a secretária de Estado americana Condoleezza Rice e Ban. Oficiais de mais de 50 países e organizações adotaram em maio passado, em Sharm El-Sheik (Egito), a iniciativa quinzenal lançada por Bagdá e pela ONU com o apoio do Banco Mundial, para reforçar a segurança e ajudar a recuperar a economia do Iraque.
Amanhã, Ban e o presidente afegão Hamid Karzai irão co-presidir uma reunião sobre o Afeganistão, onde os talibãs retirados do poder em 2001 intensificaram a sangrenta guerrilha nas últimas semanas.
Na segunda-feira, o chefe da ONU presidirá uma reunião sobre um tema considerado prioritário, o aquecimento global, onde são esperados cerca de 80 chefes de Estado. Com o título de "O futuro está em nossas mãos: como enfrentar o desafio da mudança climática", a reunião "irá enviar uma forte mensagem política aos dirigentes do planeta, antes das negociações de dezembro em Bali", sobre o protocolo de Kyoto, disse Ban. "Temos que agir rapidamente e chegar a um acordo forte antes de 2009, para que entre em vigor no final de 2012", adicionou.