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Um juiz federal dos Estados Unidos condenou nesta sexta-feira (19) o jihadista El Shafee Elsheikh, membro do grupo terrorista Estado Islâmico que fazia parte da célula conhecida como Beatles, à prisão perpétua por sequestro de ocidentais na Síria há uma década, alguns dos quais foram decapitados.
Elsheikh, capturado em 2018 pelas milícias curdas na Síria, é o membro mais importante do Estado Islâmico já condenado em solo americano, disse o Departamento de Justiça dos EUA em comunicado.
Membro da célula conhecida como os Beatles - assim chamada por causa do sotaque britânico de seus integrantes -, o jihadista foi julgado por seu papel nos sequestros dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff em 2014 e dos trabalhadores humanitários Peter Kassig e Kayla Mueller.
Foley, Sotloff e Kassig foram decapitados, e suas mortes gravadas em vídeo como propaganda, enquanto Mueller foi selecionada pelo líder do Estado Islâmico, Abu Bakr Al Baghdadi, como sua refém pessoal, período durante o qual ela foi repetidamente estuprada antes de ser morta.
Elsheikh também esteve envolvido no sequestro e assassinato dos britânicos David Haines e Alan Henning e dos japoneses Haruna Yukawa e Kenji Goto e fazia parte do grupo que sequestrou os jornalistas espanhóis Javier Espinosa, Ricard García Vilanova e Marc Marginedas na Síria.
Espinosa, que ficou seis meses na Síria, descreveu Elsheikh como o “mais louco” e “mais brutal” dos terroristas que o sequestraram.
Durante o julgamento, realizado em Alexandria, no estado da Virgínia, Elsheikh confessou que tinha feito parte da célula e explicou que, entre outras funções, era responsável por contatar as famílias para mostrar que os reféns ainda estavam vivos e pedir uma recompensa pela libertação. O júri o considerou culpado em abril, e a pena de prisão perpétua foi definida nesta sexta-feira.