Facções palestinas rivais entraram em choque na Faixa de Gaza, na terça-feira, e ao menos cinco militantes do Hamas ficaram feridos, disseram autoridades do grupo.
O conflito entre as facções ampliou-se depois de o presidente palestino, Mahmoud Abbas, da Fatah, ter convocado, no mês passado, eleições antecipadas a fim de resolver as desavenças com o Hamas, que controla atualmente o governo palestino.
As tensões aumentaram ainda mais no final de semana, quando Abbas declarou como sendo ilegal a ``Força Executiva'' do Hamas, com 6.000 integrantes.
O grupo militante, que tomou posse em março após ter derrotado a Fatah nas eleições parlamentares de janeiro, prometeu resistir ao decreto de Abbas e dobrar o tamanho da ''Força Executiva''.
O mais recente conflito entre as facções foi detonado pela prisão, ocorrida à noite, de cinco integrantes do Hamas - quatro deles membros do braço armado do grupo e um integrante da ``Força Executiva''.
Segundo militantes da Fatah, os homens armados foram detidos para serem interrogados em meio a acusações de que planejariam a realização de ataques. Os cinco foram libertados horas mais tarde, mas os veículos nos quais estavam viram-se atacados quando os homens deixavam o local do interrogatório.
Ao menos dois membros do Hamas ficaram feridos.
Segundo o Hamas, três membros da ``Força Executiva'' também foram atingidos na terça-feira quando integrantes da Fatah dispararam uma granada lançada por foguete contra o veículo deles.
A Fatah negou envolvimento no incidente e acusou o Hamas de armazenar armas para enfrentar seus adversários palestinos.
``O Hamas acredita na unidade nacional apenas como um slogan. A política do Hamas baseia-se na exclusão de alguns e na eliminação de outros'', disse em uma entrevista coletiva Abdel-Hakim Awad, porta-voz da Fatah na Faixa de Gaza.
Awad defendeu a desmobilização da ``Força Executiva''.
Dinheiro dos EUA
A guarda presidencial de Abbas possui cerca de 3.700 homens. Com a ajuda vinda dos EUA e de seus aliados, Abbas espera, dentro de 12 a 18 meses, ampliar esse contingente para 4.700 integrantes.
Alguns palestinos familiarizados com a questão afirmam que a guarda presidencial pode vir a ter 10 mil membros.
Os EUA pretendem enviar 86 milhões de dólares para ajudar na expansão dessa força, que recebe armas do Egito e da Jordânia. O Irã dá apoio financeiro ao Hamas, cujos estatutos defendem a destruição de Israel.
Na Cisjordânia, um território ocupado, forças israelenses investiram contra várias casas da cidade de Belém, disseram testemunhas.
Uma porta-voz do Exército de Israel afirmou que Iyad Kamal, um palestino ligado a vários grupos militantes, tinha sido detido na operação. Segundo a porta-voz, outros homens também foram presos, mas acabaram sendo libertados após terem sido interrogados.
Os militares de Israel realizaram a operação em Belém cinco dias depois de uma incursão na cidade de Ramallah em que quatro palestinos foram mortos.
Um general israelense que autorizou a operação em Ramallah disse que havia cometido um erro quanto ao momento da investida, que aconteceu poucas horas antes e uma cúpula, na quinta-feira, entre o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, e o presidente do Egito, Ehud Barak, que criticou a operação.