Um tribunal argentino começou nesta quinta-feira (16) a julgar o ex-presidente da Argentina, Carlos Menem, e vários integrantes de seu governo. O caso envolve o suposto comércio ilegal de armas com o Equador e a Croácia entre 1991 e 1995, quando havia em relação aos dois países um embargo em relação à venda de armamentos. O ex-presidente não estava presente na audiência. Seu advogado, Omar Daer, apresentou um atestado médico desaconselhando a presença do réu, por seu delicado estado de saúde.
Menem foi hospitalizado três vezes neste ano por problemas nos brônquios e uma infecção urinária. O ex-presidente argentino, de 78 anos, é acusado com outras 17 pessoas - entre elas o ex-ministro da Defesa, Oscar Camilion - do delito de contrabando agravado. Se for considerado culpado, o ex-líder poderia pegar até 12 anos de prisão. Senador por La Rioja, Menem tem imunidade parlamentar. Caso seja condenado, ele deve ser primeiro liberado pelo Senado para então cumprir a pena.
A previsão é que o julgamento se prolongue por sete meses. Entre as mais de 400 testemunhas consta o também ex-presidente Raúl Alfonsín. Entre 1991 e 1995, Menem firmou três decretos secretos nos quais estava prevista a venda de armas para Venezuela e Panamá. Porém os armamentos argentinos acabaram no Equador e na Croácia, países que na época viviam conflitos armados e sob embargo da Organização das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Menem e os outros ex-membros do governo afirmam que são inocentes, pois as armas teriam sido desviadas sem o conhecimento da Argentina. Em 2001, Menem chegou a ficar seis meses detido no caso, sob acusação de "associação ilícita". Porém depois a Suprema Corte ordenou sua libertação.
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