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O presidente nigeriano Mohammadu Buhari  segura o bebê de Amina Ali (de laranja), que escapou do Boko Haram dois anos depois de ser sequestrada | STRINGER/AFP
O presidente nigeriano Mohammadu Buhari segura o bebê de Amina Ali (de laranja), que escapou do Boko Haram dois anos depois de ser sequestrada| Foto: STRINGER/AFP

Dois anos atrás, Amina Ali era apenas uma jovem estudante da Nigéria. Agora, ela deverá começar uma nova vida como a primeira menina encontrada após ter sido sequestrada pelo grupo extremista Boko Haram em abril de 2014. Hoje com cerca de 19 anos, Amina relatou que seis das mais de 200 meninas capturadas morreram no cativeiro, enquanto as outras estão vivas e bem – embora sob a intensa vigilância dos extremistas em uma floresta –, segundo ativistas.

“O resto das meninas está viva e bem, e estão sendo mantidas na floresta de Sambisa na fortificação do Boko Haram”, disse Olatunji Olarewanju, representante de uma campanha em favor do resgate das meninas de Chibok, ao “The Independent”.

Nesta quinta-feira (19), Amina se encontrou com o presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, enquanto cresce a esperança no país de que ela possa revelar importantes informações sobre o paradeiro das outras reféns. Escoltada pelas forças de segurança do país, ela vestiu um véu e um vestido colorido na viagem à capital Abuja.

Ela foi acompanhada pela sua mãe, Binta Ali, e por outras autoridades de segurança. Ativistas relatam que ela está desnutrida e muito traumatizada. Na quarta-feira, ela finalmente reencontrou sua família dois anos após ter sido sequestrada em uma escola da cidade de Chibok.

No entanto, ela não poderá mais ver seu pai, que morreu no período em que ela foi mantida refém. Amina é a caçula de 13 irmãos, dos quais apenas três sobreviveram aos primeiros anos de vida. Seus dois irmãos atualmente moram na cidade de Lagos. Acredita-se que ela hoje tenha 19 anos, embora a sua mãe não saiba precisar sua idade.

Binta diz que pensava constantemente na sua filha perdida, que sempre a ajudava com os trabalhos domésticos.

“Ela sempre costurava suas próprias roupas”, relatou a mãe à imprensa. “Meu filho disse que eu deveria parar de chorar. Ele me lembrou que eu não era a única mãe que tinha perdido uma filha.”

Amina foi encontrada em uma floresta perto da fronteira entre Nigéria e Camarões na quarta-feira. Ela caminhava para buscar lenha com um bebê, que seria seu filho, e seu marido. Ele afirma que foi capturado pelo Boko Haram, enquanto autoridades suspeitam que ele atuasse no grupo terrorista.

Desde que foram levadas, os parentes das vítima iniciaram uma campanha em apelo pela volta das jovens meninas com o lema “Bring Back Our Girls” (“Tragam de volta nossas meninas”, em português). O resgate de Amina aumenta as esperanças das famílias que ainda aguardam pelo dia em que poderão rever suas filhas.

‘Estamos bem’

Recentemente, a rede CNN divulgou um vídeo gravado para provar que 15 das chamadas estudantes de Chibok estão vivas. Pela primeira vez, parentes de algumas das vítimas do sequestro tiveram a chance de ver imagens destas jovens.

Com seus cabelos cobertos e roupas longas, as jovens fazem uma fila em frente a uma parede amarela e suja. Elas não apresentam sinais de maus-tratos na gravação.

Acredita-se que o vídeo tenha sido gravado no último mês de dezembro como parte das negociações entre o Boko Haram e o governo. Segundo o canal americano, o material foi vazado por uma fonte anônima, que quis oferecer um pouco de esperança aos pais que perderam suas filhas e impulsionar o governo a lutar pela sua libertação.

Enquanto a câmera passa pelas jovens sequestradas, um homem pergunta qual é o nome de cada uma delas, qual era seu nome na escola e de onde elas foram retiradas. Calmamente, elas respondem que foram sequestradas da escola secundária de Chibok.

Ao fim do vídeo de dois minutos, uma das meninas faz uma declaração final. “Estou falando, no dia 25 de dezembro de 2015, em nome de todas as meninas de Chibok e nós estamos bem.”

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