Horas antes de a polícia britânica anunciar a descoberta de um carro-bomba em Londres, uma mensagem divulgada na internet advertia que "Londres será bombardeada", informou a rede norte-americana CBS na noite desta sexta-feira (29). A mensagem foi divulgada num endereço eletrônico que já foi usado mais de uma vez pela rede terrorista al-Qaeda.
O texto de 300 palavras apareceu na sala de "chat" al-Hesbah, deixado por uma pessoa que se identificou como Abu Osama al Hazeen.
"Em nome de Deus, o mais compassivo, o mais misericordioso. A Grã-Bretanha esperava ataques da al-Qaeda?", se perguntava.
"Hoje eu digo: regozigem-se por Alá, Londres será bombardeada", dizia a mensagem, também condenando o título de "sir" concedido ao autor de Os "Versos Satânicos", o escritor Salman Rushdie, e o papel desempenhado pelos britânicos no Iraque.
Comandada por Osama bin Laden, a al-Qaeda é a mesma rede terrorista que organizou os atentados de 11 de setembro.
Segundo carro-bomba
No início da noite desta sexta-feira (pelo horário de Londres), a polícia britânica anunciou que encontrou componentes de uma bomba em um segundo veículo suspeito, depois de ter frustrado horas antes um atentado com um carro-bomba no centro da cidade.
O primeiro carro-bomba, uma Mercedes, foi desativado na rua Haymarket, na região de Piccaddilly Circus, uma das mais movimentadas da cidade. Nele, foram encontrados galões de gasolina, cilindros de gás e pregos.
Já esse segundo carro foi rebocado da região da Trafalgar Square durante à noite, por estar estacionado irregularmente. Somente no segundo endereço, na Park Lane, é que as autoridades foram chamadas - após o carro levantar suspeitas por estar com cheiro de gasolina.
Segundo uma declaração oficial da polícia londrina, o segundo carro continha material semelhante ao primeiro -combustível e pregos.
Explosões de bombas nessas regiões movimentadas de Londres poderiam deixar um "grande número de vítimas", diz a polícia inglesa.
Os carros-bomba foram encontrados uma semana antes de se completarem dois anos dos atentados terroristas de 7 de julho de 2005. Na ocasião, bombas detonadas no sistema de transportes de Londres mataram 52 pessoas e deixaram dezenas de feridos.
Envolvimento da al-Qaeda
A tentativa de explodir um carro-bomba no centro de Londres foi obra da al-Qaeda ou de algum grupo inspirado nas idéias dessa organização terrorista. A informação foi publicada em reportagem do jornal inglês "The Guardian", em sua versão eletrônica na internet, que cita fontes da polícia e do governo britânico, mas não as identifica.
"Você somente tem que 'ler' casos passados de gente condenada por terrorismo para entender que eles estavam planejando explodir casas noturnas e colocar bombas de cilindros de gás em carros", disse ao jornal uma das fontes.
A al-Qaeda, grupo terrorista comandado por Osama bin Laden, foi responsável pelos ataques contra os Estados Unidos em 11 de setembro de 2001 - considerados os maiores e mais mortíferos da história do terrorismo mundial.
Carro-bomba e parque esvaziado
O Hyde Park, um dos principais parques de Londres, foi esvaziado pela polícia nesta sexta-feira. A medida foi tomada após as autoridades terem encontrado o carro suspeito na rua Park Lane, também na região central da capital inglesa.
A Park Lane, que foi fechada, é uma rua famosa por abrigar hotéis de luxo. A polícia também fechou parte da rua Oxford, uma das mais movimentadas da cidade.
Hoje pela manhã, quando foi desativado o primeiro carro-bomba, a Scotland Yard fechou o acesso à rua Haymarket, perto da estação de metrô de Piccadilly Circus, onde ficam os principais cinemas e teatros londrinos.
A Scotland Yard reforçou a segurança nas ruas de Londres depois de ter encontrado o carro-bomba. Foi o primeiro problema ligado ao terrorismo desde que o premiê Gordon Brown assumiu o cargo, na última quarta-feira (27). Ele assumiu a vaga deixada por Tony Blair, que ficou dez anos no poder.
Segundo a polícia londrina, o esvaziamento do Hyde Park visa aumentar a segurança nas ruas. "Foi para dar uma tranqüilidade visível aos cidadãos", divulgou a Scotland Yard. "Não é uma resposta a uma ameaça específica", garantiu um porta-voz da polícia.
O subcomissário da Scotland Yard, Peter Clarke, afirmou que será feita a análise do material contido nas câmeras de circuito fechado de segurança instaladas em Haymarket, rua onde o Mercedes com explosivos foi descoberto nesta madrugada.
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