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Washington – Khalid Sheikh Mohammed, que assumiu a responsabilidade pelos ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos, afirmou ter planejado pelo menos outros 30 atentados em várias partes do mundo, dos quais muitos não tiveram êxito. A revelação foi feita durante um interrogatório realizado na prisão de Guantánamo e divulgado ontem pelo Pentágono. "Eu fui responsável pela operação de 11 de setembro, de A a Z", disse Mohammed, ao confessar ter planejado explodir o Canal do Panamá.

Mohammed, que é paquistanês, disse ainda ter sido o responsável por um ataque de 1993 ao World Trade Center, além do bombardeio a uma casa noturna em Bali, na Indonésia, e uma tentativa de derrubar dois aviões norte-americanos. "Eu fui o diretor operacional de Osama Bin Laden para organizar, planejar, dar seqüência e executar a operação de 11 de setembro", disse ele.

A transcrição diz que Mohammed estava presente no interrogatório, que servirá para determinar se ele se enquadra na definição de "combatente inimigo". Mohammed está entre os 14 prisioneiros identificados pelas autoridades dos EUA como sendo "de alto valor" de suspeita de terrorismo e foi transferido de prisões secretas da CIA no exterior para Guantánamo no ano passado. Ele foi preso no Paquistão em março de 2003 e entregue aos Estados Unidos.

Decapitação

Entre as inesperadas revelações de Mohammed, que surpreenderam o mundo, está o assassinato do jornalista Daniel Pearl, em 2002. "Com a minha abençoada mão direita, eu decapitei o judeu americano Daniel Pearl", teria dito ele durante interrogatório. Pearl era correspondente do Wall Street Journal na Índia e havia sido seqüestrado no Paquistão. Depois de uma semana de cativeiro, teve sua cabeça cortada com um punhal.

Fazia tempo que as autoridades dos EUA achavam que Mohammed havia planejado os ataques de 11 de setembro.

Houve especialistas que questionaram a credibilidade das afirmações de Mohammed, já que ele disse estar envolvido em muitos planos, contra alvos que vão do ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter até o Big Ben.

Para Robert Baer, que já pertenceu à CIA, o depoimento de Mohammed é suspeito e pode ter sido provocado por pressões. "Quando se trata a vítima com afogamento, ela descobre qual é a narrativa que se quer e é isso que conta. Essa suspeita sempre existirá", disse Baer.

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