Washington - Horas depois de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter anunciado formalmente que se candidatará à reeleição em 2012, o governo norte-americano cedeu à pressão da oposição e decidiu permitir que o mentor dos atentados de 11 de Setembro de 2001 contra os EUA, Khalid Sheikh Mohammed, e mais quatro supostos envolvidos sejam julgados na Justiça Militar em vez de serem levados a um tribunal federal civil em Nova York. O anúncio foi feito pelo secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder.
Após meses de adiamento, o governo acabou recuando da afirmação feita pelo próprio Holder em novembro de 2009 de que os cinco seriam julgados num tribunal a alguns quarteirões de onde ficava o World Trade Center, no centro de Manhattan. O anúncio feito na ocasião criou forte oposição dos republicanos e nos últimos tempos até mesmo entre alguns democratas.
Holder afirmou que as famílias das vítimas do 11 de Setembro já esperam por justiça há quase uma década e "essa situação não pode ser adiada ainda mais". Ele uma decisão do Congresso proibindo que prisioneiros mantidos na base norte-americana em Guantánamo, Cuba, sejam levados aos EUA para julgamento. Segundo ele, o Congresso não tem jurisdição para tomar decisões judiciais.
Local do julgamento
Mais cedo, uma fonte no Judiciário norte-americano disse que vai depender do Exército decidir se a base naval norte-americana na baía de Guantánamo, Cuba, onde os cinco são mantidos, será o local do julgamento.
Na Casa Branca, o porta-voz Jay Carney disse "sim" quando perguntado se Obama concordava com a decisão de Holder.
Os republicanos criticaram a demora. "É triste que o governo Obama tenha levado mais de dois anos para descobrir o que a maioria dos norte-americanos já sabe: que o conspirador do 11 de Setembro Khalid Sheikh Mohammed não é um criminoso comum", declarou o presidente do Comitê Judiciário da Câmara, deputado Lamar Smith, do Texas.
A disputa política sobre onde julgar os supostos conspiradores do 11 de Setembro é parte de uma batalha maior, na qual os republicanos não querem que os detentos de Guantánamo sejam levados para o território norte-americano.
Os quatro supostos conspiradores são Waleed bin Attash, iemenita que teria coordenado um campo de treinamento da Al-Qaeda no Afeganistão; Ramzi Binalshibh, também iemenita que teria ajudado a encontrar escolas de pilotagem de avião para os sequestradores; Ali Abd al-Aziz Ali, acusado de ajudar os nove sequestradores a viajar para os Estados Unidos; e Mustafá Ahmad al-Hawsawi, saudita acusado de ajudar os sequestradores com dinheiro, roupas, cheques de viagem e cartões de crédito.
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Lula não passa presidência para Alckmin e ministros assumem tratativas no Congresso; assista ao Entrelinhas
São Paulo aprova isenção de IPVA para carros híbridos; elétricos ficam de fora