Abdel Fatah al-Sisi, líder militar egípcio, renunciou ontem ao cargo de ministro da Defesa e confirmou sua candidatura para a presidência.
"Estou abrindo mão de meu uniforme para defender a nação", disse ele em discurso transmitido pela televisão.
Sisi é visto como mentor do golpe militar que depôs o presidente Mohammed Mursi, em julho de 2013.
Ainda não há data para a eleição presidencial no Egito. Até agora, apenas o político de esquerda Hamdin Sabahi, terceiro colocado no último pleito, anunciou a sua candidatura, além de Sisi.
Quem assumir a presidência do Egito terá de enfrentar um rol de desafios que incluem a instabilidade política, com crescente número de atentados terroristas, e a economia desestruturada.
Os anos de crise, desde a deposição do ex-ditador Hosni Mubarak, em 2011, afugentaram turistas, afetando um setor importante da economia local.
Sisi afirmou que não poderá "fazer milagres" e que será necessária a cooperação do povo egípcio na tarefa.
Ele promete, caso eleito, construir um "Egito moderno e democrático".
A imagem difere da perseguição política a membros da Irmandade Muçulmana, entidade islâmica que é ligada a Mursi.
Nesta semana, um tribunal sentenciou 529 deles à morte devido a conflitos com as forças de segurança.
Após a deposição de Mursi, no dia 3 de julho do ano passado, o Exército egípcio estabeleceu um roteiro que incluía a aprovação de uma nova Carta Magna e a convocação de eleições legislativas e presidencial.
Um dos líderes da Irmandade Muçulmana, organização islamita que apoia Mursi, fez críticas às ambições políticas do marechal Sisi. "Não pode haver estabilidade ou segurança sob uma presidência de Sisi", declarou Ibrahim Mounir, membro do Escritório político da Irmandade.
Morte
Confrontos entre policiais e estudantes partidários do presidente islamita Mohammed Mursi, deposto em julho de 2013 pelo Exército, terminaram com a morte de uma pessoa e 14 feridos na Universidade do Cairo, informou o ministério da Saúde egípcio.