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Centenas de lojas foram queimadas neste domingo (29) no mercado da Cidade Velha de Aleppo, enquanto combates entre rebeldes e as forças sírias na maior cidade do país ameaçavam destruir um patrimônio histórico da humanidade.

A revolta popular que se tornou guerra civil agora se espalhou por toda a Síria e já causou a morte de mais de 30 mil pessoas, de acordo com grupos ativistas, como o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Mas, além do grande custo humano, muitos dos tesouros históricos da Síria também são vítimas do conflito, que já dura 18 meses e reduziu grandes porções de algumas cidades a ruínas.

Rebeldes que lutam para derrubar o presidente Bashar al-Assad anunciaram na quinta-feira uma nova ofensiva em Aleppo, centro comercial do país e casa de 2,5 milhões de pessoas, mas nenhum dos lados parece ter conseguido grandes progressos.

Em Aleppo, ativistas falando pelo Skype disseram que atiradores do Exército estão dificultando a aproximação ao Souk al-Madina, o mercado medieval com estreitos corredores de pedra e fechadas talhadas a madeira que já foi uma grande atração turística do país.

Vídeos postados no YouTube mostraram nuvens pretas de fumaça sobre o céu da cidade.

Ativistas dizem que o incêndio pode ter começado pelos pesados bombardeios e tiroteios da sexta-feira, e que cerca de 700 a 1.000 lojas foram destruídas até agora. Os números são difíceis de serem verificados, porque o governo restringe o acesso da imprensa estrangeira ao país.

A Cidade Velha de Aleppo é uma das várias localidades na Síria declaradas como patrimônio da humanidade pela Unesco, a agência Cultural da ONU (Organização das Nações Unidas), que estão correndo risco devido aos conflitos.

A Unesco acredita que cinco dos seis patrimônios da humanidade na Síria — incluindo a antiga cidade desértica de Palmyra, a fortaleza das cruzadas Krak des Chevaliers e partes da cidade antiga de Damasco — foram afetados.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que tem sede na Grã-Bretanha e possui uma rede de ativistas em toda a Síria, afirmou que as forças de Assad e rebeldes culpam uns aos outros pelo incêndio.

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