Terceiro tipo de câncer que mais afeta as brasileiras, o câncer de cólo de útero pode passar a ser controlado. A multinacional farmacêutica Merck anunciou nesta quinta-feira que sua vacina para proteger contra o mal se mostrou eficaz, segundo os resultados de um estudo apresentado nesta sexta-feira no Congresso Anual da Sociedade Americana de Doenças Infecciosas, em São Francisco, na Califórnia.
Denominada Gardasil, a vacina atua contra quatro tipos do papillomavirus humano (HPV) que causam o câncer e também as verrugas genitais.
Ao realizar ontem o anúncio, em entrevista coletiva em sua sede em Nova Jersey, a Merck afirmou que a empresa solicitará. antes do fim do ano, ao FDA, agência americana que regulamenta os alimentos e remédios, a autorização para comercializar a vacina, que pode estar nas farmácias ainda no ano que vem.
Os pesquisadores da Merck acham que a vacina deve ser administrada em meninas e também nos meninos quando tiverem entre 10 e 13 anos de idade. A vacinação masculina teria o fim de evitar que quando forem maiores infectem suas eventuais parceiras.
O estudo da Merck foi feito com 12 mil mulheres jovens, de 16 a 23 anos de idade, durante um ano e meio. Metade deste grupo recebeu a vacina e a outra um placebo.
Nenhuma das mulheres que recebeu a vacina desenvolveu câncer nem modificações "pré-cancerosas" uterinas, enquanto 21 membros do grupo de controle desenvolveram.
Caso sejam confirmados estes resultados, seria a primeira vacina eficaz contra uma forma de câncer.
A vacina atua contra o HPV tipos 16 e 18, que causam 70% dos tumores do colo uterino, e contra o HPV 6 e 11, que contribui para as verrugas genitais.
No mundo, morrem 290 mil mulheres do câncer do colo do útero, e surgem meio milhão de casos novos a cada ano.