O Mercosul propôs nesta terça-feira relançar as congeladas negociações de comércio com a União Europeia (UE) em uma cúpula entre presidentes de países do bloco, marcada por divergências a respeito da crise em Honduras.

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A união aduaneira integrada por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, na qual a Venezuela deseja participar, mantém negociações com a UE há mais de uma década para um acordo comercial, mas as diferenças a respeito do comércio agrícola e industrial mantém o diálogo travado.

"Nos comprometemos todos os presidentes do Mercosul a avançar decididamente nesse projeto de intercâmbio, de relacionamento com a UE, que está lamentavelmente parado, mas que, felizmente, podemos relançar e o faremos muito rapidamente", disse o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, a cargo da presidência rotativa do bloco.

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"Estamos empenhados em conseguir um acordo entre a União Europeia o Mercosul", acrescentou a presidente da Argentina, Cristina Fernández Kirchner.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o fortalecimento do bloco e pediu que Paraguai e Uruguai passem a usar as moedas locais no comércio, como já fazem Brasil e Argentina.

"Em todos os sistemas o Mercosul precisa ser mais ouvido. Nosso comércio foi um dos primeiros a sair da crise", disse Lula. "O Brasil está empenhado em construir resultados ambiciosos e equilibrados que contem com a contribuição de todos os países."

Durante o encontro, Lula disse ainda que o Congresso brasileiro deve aprovar na quarta-feira a entrada da Venezuela no bloco. O Congresso do Paraguai ainda não chegou a um acordo para que a Venezuela seja o quinto membro do Mercosul.

"O Mercosul até o Caribe", disse o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em resposta ao brasileiro.

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Chávez e o chefe de Estado do Paraguai, Fernando Lugo, advertiram também sobre o suposto perigo para a região que pode representar a crise de Honduras.

O país da América Central elegeu no mês passado o conservador Porfirio Lobo como chefe de Estado, após a deposição em junho do presidente Manuel Zelaya. Após ser expulso do país, Zelaya voltou a Honduras e está abrigado na embaixada brasileira desde setembro. O Brasil declarou que não reconheceria o novo presidente.

O vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, disse que não se pode deixar isolado o povo hondurenho. Mas Chávez reiterou que não vai reconhecer o novo governo eleito.

"Peço que nos acertemos aqui. Não podemos reconhecer esse governo... mas não apenas não reconhecer, lá existe um povo de resistência, tenho certeza que esse povo vai seguir a resistência", disse o venezuelano.

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