Foz do Iguaçu - O Mercosul lançou nesta quinta-feira um plano de ação voltado para questões de comércio, investimento e imigração, com o objetivo de aproveitar a fase de crescimento sem precedentes na região.

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Por esse plano, os quatro países membros - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - aceitam unificar suas regras relativas a garantias de investimentos, leis antitruste e políticas automotivas. Também se comprometem a eliminar barreiras para os setores de serviços e isenções tarifárias para determinados produtos, o que vinha abalando a coesão da união alfandegária.

Após quase uma década de crises políticas e econômicas que ameaçaram destruir o bloco, o Mercosul voltou a recuperar parte do seu impulso neste ano, e os líderes regionais passaram novamente a falar na criação de uma espécie de União Europeia na América do Sul.

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Os países do Mercosul devem crescer de 7,5 a 9 por cento neste ano. O comércio interno, incluindo com a Venezuela - que está em processo de adesão - disparou nos últimos anos, chegando a quase 40 bilhões de dólares.

"O Mercosul ia se desintegrar. Apesar das previsões pessimistas, ele está avançando", disse o chanceler Celso Amorim, em suas últimas semanas no cargo, durante um intervalo da cúpula em Foz do Iguaçu.

Havendo uma maior coesão interna, o Mercosul também ficará mais bem posicionado em negociações comerciais internacionais, como com a União Europeia.

"Está se tornando cada vez mais um ponto de referência para o investimento internacional", acrescentou Amorim, citando reuniões que ele teve nesta quinta-feira com representantes de Austrália, Emirados Árabes Unidos e Turquia.

Numa demonstração simbólica de unidade, o ônibus que levará os líderes do Mercosul por Foz do Iguaçu na sexta-feira terá as novas placas de trânsito do bloco, a ser adotada nos próximos anos em toda a região para facilitar as viagens e coibir a passagem de veículos furtados.

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"Queremos colocar o Mercosul na garagem de cada um", disse o diplomata brasileiro Antônio Ferreira Simões, que se envolveu na redação do plano.

Ele disse que os 240 milhões de habitantes do bloco também receberão carteiras de identidade padronizadas nos próximos anos.

Em junho, o Mercosul já havia decidido simplificar sua tarifa externa comum, assegurando a livre circulação de bens a partir de 2014. Empresários costumam se queixar das tarifas sobrepostas de importação no que deveria ser uma união alfandegária.

Outros acordos fechados pelo bloco em Foz do Iguaçu incluem um pacto que permite a captura de pessoas procuradas pela Justiça dentro do bloco. O acordo permitirá a prisão de pessoas procuradas pela Justiça nos território de qualquer desses países mediantes expedição de um mandado Mercosul de captura.

Além do Mercosul participam do acordo Bolívia, Equador, Colômbia e Peru.

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