A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu hoje um candidato europeu para ocupar a liderança deixada por Dominique Strauss-Kahn no Fundo Monetário Internacional (FMI) e disse que a sucessão será discutida no âmbito da União Europeia (UE). "Sou da opinião de que deveríamos propor um europeu. Claro que há conversações sobre isso agora. Não darei um nome hoje, mas conversaremos sobre isso na União Europeia. É de grande importância que encontremos uma solução rápida", afirmou. Merkel acrescentou que a renúncia de Strauss-Kahn é importante para que o FMI reconquiste sua capacidade de ação.
Segundo a chanceler, apesar de países emergentes reivindicarem a liderança do FMI e do Banco Mundial, os atuais problemas na zona do euro são um motivo para que um europeu vá para o cargo de diretor-gerente do FMI, uma vez que o fundo está profundamente envolvido na solução desses assuntos. Ela argumentou ainda que o fato de a sucessão ter ocorrido antes do fim do mandato de Strauss-Kahn também deve ser motivo para que os países emergentes se mantenham abertos a uma candidatura europeia.
Parlamentares da coalizão do governo alemão pressionam para que um alemão encabece o FMI. "Pedi ao governo que dê apoio a um alemão para a liderança do FMI. O fundo tem um papel fundamental na crise da zona do euro", disse o porta-voz financeiro do partido Cristão Democrata de Merkel, Klaus-Peter Flosbach. Ele acrescentou que outras maneiras podem ser encontradas para fortalecer o papel das economias emergentes nas instituições internacionais, onde atualmente estão mal representadas.
O legislador Frank Schaeffler, do Partido Liberdade Democrática, parceiro menor no governo de coalizão, sugeriu o ex-presidente do Bundesbank, Axel Weber, para a posição, dizendo ser um falcão com a experiência internacional necessária.
Entretanto, Merkel não deve apoiar uma candidatura de Weber, que saiu da disputa pela presidência do Banco Central (BCE) Europeu no começo do ano sem consultar previamente a chanceler, apesar de sua preferência por Weber no BCE. Entre outros candidatos, a mídia alemã citou Thomas Mirow, chefe do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento, e o ex-ministro das finanças da Alemanha, Peer Steinbrueck, um social democrata.