Berlim (AFP e Folhapress) A democrata-cristã Angela Merkel, 51 anos, deve se tornar a primeira mulher a ocupar a Chancelaria da Alemanha hoje, em uma reunião dos legisladores na qual sua vitória está praticamente garantida. Para ser eleita, Merkel precisa do apoio de 308 dos 614 integrantes da Câmara Baixa do Parlamento (Bundestag). A coalizão conta com o apoio de 448 legisladores, o que garante a vitória de Merkel.
Ela deve liderar uma "grande coalizão do seu partido conservador, a União Democrata Cristã (CDU), e o Partido Social Democrata (SPD), de centro-esquerda, de Schröder. No entanto, há dúvidas entre especialistas sobre a eficiência e a duração da coalizão. Há rumores de que os social-democratas rejeitarão Merkel na votação de hoje, expondo tensões que podem ameaçar o novo governo.
Formalidade
O presidente da Alemanha, Horst Koehler, propôs ontem formalmente à câmara baixa a candidatura de Merkel, cumprindo os requisitos constitucionais. Com a certeza matemática da vitória, Merkel já escolheu seu gabinete (veja quadro acima) e designou o ex-chefe de imprensa do governo regional da Baviera Ulrich Wilhelm, de 44 anos, como porta-voz de seu futuro governo. Ele ocupará o cargo de subsecretário do Gabinete Federal de Imprensa e Informação.
O Parlamento irá se reunir hoje pela manhã para proceder à eleição da chanceler, por meio de voto secreto. Os sete chanceleres que a Alemanha teve desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, foram eleitos em primeiro turno. Mas dirigentes da CDU advertiram que alguns deputados poderiam "colocar em jogo a confiança incipiente conquistada com a coalizão entre democrata-cristãos e social-democratas para formar o governo", votando contra ou se abstendo.
O novo líder da bancada da CDU, Volker Kauder, eleito ontem no Bundestag, anunciou que a grande coalizão aprovará nas próximas semanas uma série de projetos de lei urgentes. Entre os projetos que serão aprovados antes do Natal, para que entrem em vigor em 1.º de janeiro de 2006, estão os de construção de estradas e infra-estrutura, bem como os de suspensão de subsídios estatais para a construção da casa própria.
A discussão sobre o orçamento de 2006 foi superada, mas continuam as controvérsias envolvendo o sistema de saúde alemão. Os democrata-cristãos são favoráveis a uma maior privatização do sistema, enquanto os social-democratas apóiam uma contribuição mensal obrigatória a todos os cidadãos para o seu financiamento.
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