O grupo conservador da primeira-ministra alemã, Angela Merkel, ganhou a maioria dos votos na eleição deste domingo (22), colocando-a no caminho para um terceiro mandato. Mas, não ficou claro se ela será capaz de preservar a sua coalizão de centro-direita ou se terá de negociar com seus rivais de esquerda, mostrou uma pesquisa boca de urna.
A pesquisa da emissora pública ARD mostrou o bloco conservador de Merkel, formado pela União Democrata Cristã (CDU) e a União Social Cristã Bávara (CSU), com 42% dos votos, a sua pontuação mais forte desde 1990.
Mas a sondagem não deu uma indicação clara se seus aliados do Partido Democrático Liberal (FDP), com 4,7%, contribuiriam com sua volta ao Parlamento. Um novo partido eurocéptico, o Alternativa para a Alemanha (AfD), beirava 4,9%, quase no limite mínimo de 5% para ganhar assentos no Congresso.
O apoio ao Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, estava em 26%, os ambientalistas Verdes ficaram com 8 por cento e o radical o Partido da Esquerda, com 8,5 por cento.
Se o FDP não conseguir entrar no Bundestag, então Merkel terá quase que certamente iniciar um diálogo para formar uma coalizão com o SPD, com quem governou entre 2005 e 2009. As negociações podem durar meses e um novo governo poderia adotar políticas mais de esquerda, como um salário mínimo e aumento de impostos para os mais ricos.
Merkel: "foi um resultado excelente e atuaremos com responsabilidade"
Após os resultados da boca de urna, Angela Merkel disse que o resultado obtido por seu partido nas eleições gerais realizadas neste domingo em seu país foi "excelente" e que os democratas-cristãos "atuarão com "responsabilidade" perante o "claro mandato" obtido do eleitorado para governar por mais quatro anos.
"Agradeço a confiança depositada. Amanhã abordaremos no partido a situação, com os resultados na mão, mas hoje já é momento de celebrar", disse a chanceler, em alusão ao que ocorrerá com o Partido Liberal, parceiros de governo dos sociais-democratas e que segundo as projeções de voto ficariam sem cadeiras no Parlamento.
A coalizão formada pela União Democrata-Cristã e a União Social-Cristã da Baviera (CDU/CSU) conseguiram, segundo as projeções feitas após o fechamento das urnas, seu melhor resultado em mais de duas décadas, ao obter 42% dos votos.
Após saber os resultados das primeiras projeções de votos, os liberais admitiram viver sua "hora mais amarga" desde a fundação do partido.
O secretário-geral da legenda, Christian Lindner, disse ao canal público "ARD" que este é o pior momento que atravessa em sua história no partido.