Munique, Alemanha A chanceler alemã, Angela Merkel, abriu ontem a 43.ª Conferência de Segurança de Munique, pedindo ajuda para a solução dos conflitos que o planeta enfrenta, entre os quais ressaltou a crise no Oriente Médio, a guerra no Afeganistão e a ameaça nuclear iraniana. A também presidente rotativa da União Européia (UE) e do G8 abriu os debates do encontro, que termina hoje.
Entre os participantes, estão o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o secretário americano de Defesa, Robert Gates. Também foram convidados o presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, o alto representante Política Externa e Segurança Comum da UE, Javier Solana, e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jaap de Hoop Scheffer.
Recém-chegada de uma viagem pelo Oriente Médio, Merkel comentou que palestinos e israelenses têm direito a uma vida sem medo, terror e violência, e que seus respectivos líderes devem se esforçar para solucionar um problema que se arrasta há décadas. Nesse sentido, classificou como um "passo em boa direção" a nova trégua alcançada em Meca (Arábia Saudita) entre o Hamas e o Fatah, as duas maiores facções palestinas.
Merkel ressaltou que é preciso comemorar especialmente o fato de a solução do conflito entre ambos os grupos ter "partido de uma iniciativa da própria região". Ela também parabenizou as autoridades sauditas pelo êxito de sua mediação. A chanceler alemã comentou que o chamado Quarteto de Madri, integrado por Estados Unidos, Rússia, União Européia e ONU, voltará a se reunir em breve para tentar resolver o conflito entre palestinos e israelenses. Além disso, A chanceler federal alemã fez eco da preocupação dos países da região com o programa nuclear do Irã e exigiu às autoridades de Teerã maior transparência e cooperação com a comunidade internacional. Merkel também lançou advertências veladas ao Irã e à Síria por seu envolvimento no conflito do Líbano e ressaltou o papel que a Otan precisa desempenhar na guerra em curso no Afeganistão.