A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu nesta terça-feira (17) que sejam apresentadas "opções seguras" para as pessoas que estão fugindo do Afeganistão, para que, só em um segundo momento, haja o estabelecimento de refugiados em países da União Europeia (UE).
"Antes de falar de contingentes, é preciso estudar opções seguras nos países vizinhos. Logo, em um passo posterior, se houver pessoas especialmente afetadas, elas poderiam receber apoio da Europa", afirmou a chanceler.
Merkel admitiu que deve existir dificuldade em alcançar uma posição comum da União Europeia sobre o acolhimento de refugiados afegãos, em referência a oposição exercida por países como Hungria e Polônia nos debates sobre migração.
"É mais um ponto frágil da UE que não tenhamos uma política em comum de asilo", afirmou a líder alemã.
A chanceler ainda destacou considerar que a situação no Afeganistão é "extremamente difícil" e reforçou o interesse em "ajudar" a todos que, nos últimos 20 anos apoiaram no território do país asiático as missões militar e diplomática da Alemanha.
Merkel garantiu que a prioridade no momento é a operação de evacuação, mas admitiu que, depois, é preciso "que sejam tiradas lições para o futuro" da missão militar internacional, tanto por cada nação, como pela Otan.
"Vemos com preocupação coisas que tinham avançado, que agora podem retroceder, porque as coisas evoluíram como evoluíram, e os talibãs voltaram ao poder", disse a chanceler, em referência, especialmente, ao direito das mulheres.
As declarações da chefe de governo foram dadas pouco depois da confirmação de que um segundo avião alemão tinha conseguido aterrissar no aeroporto de Cabul, com o objetivo de trazer de volta um terceiro grupo de pessoas.
No domingo, um primeiro contingente de 40 diplomatas da Alemanha deixou a capital afegã com direção a Doha, em um avião americano. Horas depois, foi a vez de uma aeronave alemã deixar Cabul com sete pessoas a bordo.
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