A recém-empossada chanceler da Alemanha, Angela Merkel, prometeu na quarta-feira manter as relações privilegiadas com a França e não enviar soldados para o Iraque.
As declarações foram dadas durante uma visita dela a Paris e a Bruxelas para garantir aos parceiros da União Européia (UE) que o novo governo alemão preservaria, em linhas gerais, a política externa herdada de seus antecessores.
Merkel disse que deseja melhorar as relações com os EUA, mas enviou um sinal claro para a UE ao decidir-se por visitar a França e a Bélgica um dia depois de ter tomado posse. A chanceler planeja viajar para a Grã-Bretanha, país que atualmente ocupa a Presidência rotativa da UE, na quinta-feira.
- Tenho confiança de que conseguiremos avançar em nosso relacionamento cordial - afirmou Merkel em uma entrevista coletiva depois de encontrar-se com o presidente francês, Jacques Chirac, que a cumprimentou com um beijo na mão.
Chirac disse: "Ficamos muito comovidos com essa demonstração de amizade, com essa honra que ela está nos dando hoje. Eu disse à senhora Merkel que, na minha opinião, e sei que essa é a opinião dela também, a relação franco-germânica é algo especial."
A visita seguinte da chanceler foi ao quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), onde ela disse que a aliança liderada pelos EUA deveria ser o fórum central para a cooperação nas áreas política e de segurança europeus e americanos.
Merkel, porém, repetiu a linha antiguerra adotada pelo antecessor dela no cargo, Gerhard Schroeder, em relação ao Iraque.
- Deixamos claro que não participaremos de missões de treinamento dentro do Iraque, mas daremos treinamento em países vizinhos - afirmou.
Merkel, a primeira mulher a governar a Alemanha e também o primeiro político vindo da ex-Alemanha Oriental a fazê-lo, foi empossada pelo parlamento na terça-feira.
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