BERLIM - Angela Merkel tornou-se nesta terça-feira a primeira mulher eleita chanceler (chefe de governo) da Alemanha, com uma votação parlamentar que encerrou meses de incertezas, num frágil novo governo estabelecido com a meta de avivar a maior economia da Europa.
Merkel, líder do partido da União Democrata Cristã (CDU), conquistou 397 dos 614 votos da câmara baixa do Parlamento, o Bundestag - assegurando a maioria de que precisava para tornar-se a oitava chanceler do pós-guerra e a primeira deles a ter saído do antigo Leste comunista.
Seu antecessor, Gerhard Schroeder, foi o primeiro a congratular Merkel depois da sessão parlamentar, depois que o presidente do Bundestag, Norbert Lammert, anunciou o resultado.
- Querida Merkel, você é agora a primeira mulher eleita para chefiar o governo da Alemanha. Isso é um sinal forte para muitas mulheres e certamente para alguns homens também - disse Lammert.
Merkel e seu gabinete misto de conservadores e social-democratas (SPD) tomará posse mais tarde, sucedendo o governo antes encabeçado pela coalizão dos social-democratas com o Partido Verde, do qual Schroeder esteve à frente por sete anos.
A confirmação de Merkel ocorre dois meses depois de os conservadores terem vencido o SPD por uma margem curta, numa eleição geral em que se previa uma vitória fácil para ela.
O resultado deixou Merkel, uma filha de pastor de 51 anos, sem escolha além de formar uma coalizão com rivais de longa data. Durante as negociações para formação da coalizão, Merkel teve que abandonar planos de reformar o sistema de seguridade social da Alemanha.
Seu governo promete restaurar as relações com Washington, estremecidas pela oposição de Schroeder à guerra no Iraque. Também prometeu impulsionar a economia, que já foi o motor da Europa, e reduzir o desemprego, que chegou a níveis recordes para o pós-guerra durante o governo de Schroeder.