Angela Merkel oficializou neste domingo (20) sua candidatura a um quarto mandato de chanceler em 2017 para “defender” os “valores” democráticos, prevendo que as eleições no próximo ano na Alemanha serão “difíceis”.
“O combate em defesa dos nossos valores” democráticos e de liberdade, bem como a defesa “do nosso modo de vida”, serão um dos elementos chaves de seu programa, declarou à imprensa a chanceler à margem de uma reunião do seu partido conservador (CDU) em Berlim.
Ela considerou que a eleição legislativa alemã, prevista para setembro ou outubro, seria “a mais difícil já realizada, pelo menos desde a reunificação alemã”, em 1990, devido à polarização da sociedade e das vitórias recentes da direita populista contra refugiados da Alternativa para a Alemanha.
Esta formação experimentou um progresso gritante em 2016 nas eleições regionais em razão dos temores provocados pela chegada em território alemão de um milhão de refugiados.
Entre os valores que tem de mais caro, Merkel citou, além da democracia, “a liberdade e o Estado de direito”. “É o que me guia”, disse ela, considerando que as “disputas” eleitorais fazem parte do processo democrático normal, mas que não devem ser transformados em “ódio”.
Merkel também ressaltou que a sua candidatura iria intervir num contexto global agitado, “com uma situação internacional que deve ser reajustada após as eleições americanas”, marcadas pela vitória de Donald Trump.
A chanceler também considerou “ser grotesco e absurdo” considerá-la a última defensora do “mundo livre” e dos valores democráticos contra a ascensão do populismo, exemplificado pelo sucesso de Donald Trump nos Estados Unidos ou pela vitória dos partidários do Brexit na Grã-Bretanha.
Essa tarefa não pode ser concluída por uma única pessoa, “o sucesso só pode ser alcançado por vários”, garantiu a chanceler.
Aos 62 anos de idade, Merkel está no poder na Alemanha desde 2005. Seu séquito dentro da CDU já havia indicado no decorrer do dia que ela disputaria um quarto mandato.
Dadas as pesquisas de opinião, ela é de longe a melhor colocada para retornar à chancelaria, no final de 2017, como parte de um governo de coalizão. Merkel afirmou ter “refletido muito” antes de apresentar sua candidatura.