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Clima

Mesmo “fraco”, Irene mata e deixa rastro de destruição

Em Nova York, dano foi menor do que o previsto, mas cidade sofreu com alagamentos, blecautes, desalojamento de moradores e falta de transporte | Timothy A. Clary/AFP
Em Nova York, dano foi menor do que o previsto, mas cidade sofreu com alagamentos, blecautes, desalojamento de moradores e falta de transporte (Foto: Timothy A. Clary/AFP)

Washington - A tempestade tropical Irene ma­­tou pelo menos 20 pessoas e deixou outras 4 milhões sem energia na sua passagem pelos Estados Unidos, que começou na madrugada do sábado. O maior número de vítimas foi registrado na Caro­­lina do Norte, o estado norte-americano mais afetado. No começo da semana passada, a tempestade havia matado outras três pessoas no Caribe, duas quando passou pela República Dominicana e uma em Porto Rico.O fenômeno causou destruição bem menor do que se temia, mas derrubou milhares de árvores, provocou inundações e deixou várias regiões ainda em alerta nos próximos dias. A previsão da consultoria Kinetic Analysis é que o furacão tenha provocado um prejuízo de US$ 3 bilhões às seguradoras nos 11 estados (mais o Dis­­trito de Colúmbia, onde fica Wa­­shington) por onde passou.

O presidente dos EUA, Barack Obama, alertou na noite de ontem que os efeitos do fenômeno climático ainda serão sentidos por al­­guns dias. "Embora a tempestade tenha se enfraquecido enquanto vai para o norte, ela permanece perigosa e continua a provocar muita chuva". Obama, que falou ao lado da secretária de Segurança Interna dos EUA, Janet Napolita­­no, disse que as autoridades estão preocupadas com possíveis en­­chentes e com a falta de eletricidade nos próximos dias. "Ainda falta muito para acabar, mas acho que é seguro dizer que o pior da tempestade, pelo menos para Nova York e Nova Jersey, passou", disse Janet.

Classificação

Irene, que até a manhã de on­­tem era classificado como um furacão, foi rebaixado para a categoria tempestade tropical, com ventos de 104 km/h. A brasileira Andrea Dandrea relatou que muitos voltaram às ruas de Nova York, em­­bora os efeitos da tempestade estejam por toda a parte. "Apa­­ren­­temente, Manhattan sobreviveu ao Irene. A cidade que nunca dorme (e que, apesar dos ventos fortíssimos, dormiu essa noite) volta a ter pessoas correndo no Central Park e passeando pela rua Central Park West, mas os vestígios da força do vento estão em toda a parte. O vento ainda é forte, mas sem chuvas", disse ontem à tarde.

No início da noite, o sistema de transporte público con­­tinuava parado, com exceção de algumas linhas de ônibus. A re­­tomada das operações de metrô e trem dependia de vistorias. Aná­­lises preliminares mostraram que inundações, galhos e falhas no sistema elétrico poderiam comprometer o restabelecimento de algumas linhas.

Após a passagem por Nova York, Irene deixou outras 150 mil pessoas em eletricidade em Mas­­sachusetts. Em Connecticut, foi reportada a morte uma mulher idosa, após em um incêndio em sua casa, provocado pela queda de um cabo de eletricidade.

Aviação

Alguns aeroportos na costa leste norte-americana foram reabertos ontem. Mais de 6 mil voos fo­­ram cancelados durante todo o fim de semana. Mais da metade deles partiria ou chegaria em um dos três terminais que atendem Nova York – John F. Kennedy, La­­Guar­­dia e Ne­­wark Liberty – on­­de a operação será retomada hoje de ma­­nhã. Os aeroportos de Balti­­more e Washington já voltaram a funcionar, mas ainda com poucos voos.

Por volta das 14 horas de ontem, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, permitiu que os moradores das regiões baixas da cidade de Nova York retornassem às suas casas – cerca de 370 mil pessoas tiveram de ser realojadas nessas áreas. As bolsas de valores da cidade terão um pregão normal hoje, mas analistas indicam que devem verificar um movimento mais fraco do que o habitual.

Em Nova Jersey, 400 mil pessoas estavam sem eletricidade na noite de ontem, disse o governador Chris Christie. Ele afirmou que os prejuízos decorrentes da passagem do furacão podem chegar a US$ 1 bilhão. Na Carolina do Norte e no norte do estado da Virginia, calcula-se que os danos atinjam até US$ 400 milhões.

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