La Paz A estatal boliviana YPFB e a Petrobrás voltaram ontem a negociar um novo preço para o gás natural que o Brasil compra da Bolívia, e que representa mais da metade do consumo brasileiro, que é de pouco mais de 50 mil metros cúbicos ao dia. Os preço por milhão de BTU (unidade térmica britânica para medir o potencial calorífico do insumo) deve variar de US$ 3,5 a US$ 7,8.
Os negociadores bolivianos querem impor o maior preço e pretendem fechar a discussão hoje, sob pressão do presidene, Evo Morales. O líder socialista boliviano alega que precisa elevar a arrecadação para atender as demandas populares.
Mesmo que a Petrobrás consiga manter o preço atual, o gás natural boliviano exportado para o mercado brasileiro vai ter um reajuste de 11,34% em julho. O valor será elevado de US$ 3,53, cobrado hoje, para US$ 3,93 por milhão de BTU. O aumento chegará a 40 centavos de dólar por unidade de consumo.
Desde setembro do ano passado, quando a Petrobrás abandonou a política de segurar reajustes internos recebidos na importação do gás natural boliviano, os aumentos já somam 26,78%.
Como o reajuste não está relacionado à negociação entre a YPFB e a Petrobrás, não estão descartadas outras elevações. O aumento de julho, confirmado ontem, foi definido a partir da evolução de uma cesta de três óleos combustíveis com vários teores de enxofre.
O valor de quase US$ 4 por milhão de metros cúbicos de gás não é um preço baixo para o padrão dos consumidores brasileiros, principalmente para a indústria ceramista. Especialistas em gás no Brasil apontam este preço como limite máximo para manter o insumo competitivo em relação ao concorrente direto, o gasóleo.