Islamabad O governo paquistanês ordenou ontem o fechamento por tempo indeterminado da Mesquita Vermelha em Islamabad. A medida se deve ao receio de novos ataques como o atentado suicida em um hotel a cerca de 500 metros do local na sexta-feira, que causou a morte de 15 pessoas. O fechamento também se deve aos violentos conflitos entre a polícia e centenas de radicais.
O porta-voz do Ministério do Interior paquistanês, Javed Cheema, declarou à imprensa que os policiais receberam ordem para estabelecer pontos de controle e isolar a área, em pleno centro da capital do Paquistão.
"O governo está muito determinado a derrotar e expulsar os extremistas", disse Cheema. Ele informou ainda que os restos mortais do suicida serão usados para a realização de testes de DNA para identificação.
Segundo o porta-voz, o governo ordenou o fechamento da mesquita porque estudantes radicais tentaram retomar o controle da mesquita, boicotando as orações da sexta-feira no dia da reabertura do centro religioso ao público.
As autoridades paquistanesas investigam também de que forma o homem-bomba conseguiu realizar o atentado no coração da capital.
O Paquistão enfrenta uma onda de atentados suicidas que já mataram mais de 180 pessoas desde o cerco e invasão da Mesquita Vermelha pelo Exército, há mais de duas semanas.
A explosão ocorreu no mesmo dia em que centenas de estudantes e fiéis islâmicos invadiram a Mesquita Vermelha para exigir a volta do clérigo radical Abdul Aziz, afastado pelo governo, à Mesquita Vermelha. Cerca de 50 pessoas foram presas.
O atentado ocorreu pouco depois que a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar centenas de manifestantes.
Abdul Aziz está atualmente detido pelo governo. Ele liderou muçulmanos que protestavam contra o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, durante a maior parte do cerco e a invasão da Mesquita Vermelha.
O ataque foi a pior batalha enfrentada pelos policiais no Paquistão desde que o presidente Musharraf prometeu acabar com a rede de terroristas no país. A promessa foi feita depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington.