A Meta, proprietária do Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads, proibiu a emissora de televisão de notícias RT (“Russia Today”) e outros meios de comunicação estatais russos de estarem presentes nas suas plataformas, sob a justificativa de que participam em operações de interferência em outros países.
"Rossiya Segodnya, RT e outras entidades relacionadas estão agora banidas de nossos aplicativos em nível mundial por atividades de interferência estrangeira”, disse um porta-voz da Meta em comunicado, que pouco depois foi rechaçado pelo Kremlin.
"A Meta desacredita a si mesma. Tais ações seletivas contra os meios de comunicação russos são inaceitáveis", declarou o porta-voz do regime russo, Dmitry Peskov, na sua coletiva de imprensa diária.
Peskov acrescentou que as ações da Meta “complicam as perspectivas de normalização das relações” com as autoridades russas, que já bloquearam o acesso ao Facebook e Instagram neste país após o início da guerra na Ucrânia.
A decisão da Meta é divulgada dias depois de o governo dos Estados Unidos ter anunciado sanções contra a RT e outros meios de comunicação controlados por Moscou.
A administração do presidente Joe Biden também anunciou o lançamento de um esforço diplomático para alertar a comunidade internacional sobre o que as autoridades americanas descreveram como o papel da RT como “membro de pleno direito do aparelho de inteligência”.
“Nosso antídoto mais poderoso para as mentiras da Rússia é a verdade”, afirmou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, aos jornalistas na última sexta-feira.
O Departamento de Justiça dos EUA anunciou recentemente que acusou dois funcionários da RT de canalizarem quase US$ 10 milhões para uma empresa americana para criar e amplificar conteúdo alinhado com os interesses russos durante a campanha eleitoral presidencial dos EUA.
A RT tinha 7,2 milhões de seguidores no Facebook e um milhão de seguidores no Instagram antes do anúncio da proibição, segundo a imprensa americana.
De acordo com a emissora CNN, os executivos de Meta, Microsoft e Alphabet, dona do Google, foram convocados a depor na próxima quarta-feira perante o Comitê de Inteligência do Senado sobre o trabalho das suas plataformas no combate às ameaças estrangeiras às eleições americanas.